Post by andrewschaefer on Nov 5, 2020 22:00:10 GMT -5
AGATHA MELINA - FORGET ME NOT
Data de Lançamento: 06 de Novembro de 2020
Data de Início da Pré-Venda: 16 de Outubro de 2020
Duração: 50 minutos e 52 segundos
Gêneros: Synth Metal, Acoustic Metal, Folk, Folk Metal, Pop Folk
Gravadora: Cloud Music
Composição: Agatha Melina, Stefan Lancaster
Produção: Kai Hahto, Frank Akkerman, Ricky Olson, Christopher Juul, Agatha Melina, Stefan Lancaster
A cantora romena Agatha Melina finalmente faz o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio. O disco conta com os singles Blue Heart e Titanium Walls, esse último parceria com Stefan Lancaster, lançados nos dias 25 de setembro e 30 de outubro, respectivamente, além de outras dez faixas inéditas, totalizando doze.
O nome do álbum, Forget Me Not, vem de uma flor azul (não-me-esqueças em português) da família das Boraginaceae, o que faz sentido, tendo em vista que todo o projeto foi baseado na cor azul, relacionando-a com a tristeza.
Durante o disco, Agatha aborda temas aparentemente obscuros como problemas familiares, ansiedade, vida e morte, mas diferentemente de suas outras eras, com muito mais sentimentalismo, sensibilidade e delicadeza na forma como discorre. Ainda assim, é preciso entender que é um álbum triste e que ainda falará de temas tristes apesar de parecer positivo por vezes. Além disso, é bastante perceptível que a maioria das músicas está ligada de alguma forma à natureza, e a explicação, conforme Agatha disse em entrevista, é que a maior parte do álbum foi escrito após meditações e reflexões em que ela se imaginava em uma floresta.
Quanto à sonoridade, é um projeto que abusa de músicas acústicas e quase orquestrais, voltadas ao metal sinfônico e ao folk, por vezes com uma pegada gótica que transmite uma atmosfera dark, mas estranhamente libertadora. O azul é uma cor que também representa a tranquilidade e a calmaria, portanto, esse álbum tem como característica ser bastante calmo. Muitas músicas possuem piano em sua composição instrumental, e como Agatha é pianista, a produção do álbum é também creditada a ela.
Contra-capa
TRACKLIST
01. Flowers
02. Titanium Walls (feat. Stefan Lancaster)
03. Rotten Tree
04. Shards
05. Inner Hell
06. Blue Heart
07. Dark Stained
08. Bleed
09. Storm Above
10. Pines
11. The Ghost and The Cliff
12. Legacy
CD
01. Flowers
A faixa introdutória do álbum é Flowers, que narra o primeiro contato de Agatha com a morte, como ela lidou com isso e como isso a fez mudar a sua visão a respeito das coisas do mundo, inclusive sobre a própria morte, a dando um sentimento de desapego, superação e confiança, como ela mesma referencia na letra ao dizer que canta sobre uma coisa de seu passado. A música é extremamente pessoal e abre o disco com um rock orquestral, se aproximando de um estilo gótico que agrega muito para a natureza da canção.
02. Titanium Walls (feat. Stefan Lancaster)
Sendo a segunda faixa e também o segundo single da era, Titanium Walls com o cantor Stefan Lancaster dá continuidade ao disco abordando um tema bastante delicado: conflitos parentais. Fazendo um comparativo com paredes de titânio, difíceis de serem quebradas, os artistas seguem com uma orquestra gótica bastante melancólica, dividindo vocais. Conforme a música vai passando, ela transmite uma sensação de necessidade de se libertar dessa "prisão" até que eles finalmente conseguem demolir as paredes.
03. Rotten Tree
A terceira faixa, Rotten Tree, dá prosseguimento ao tema da faixa anterior, mas desta vez fazendo um comparativo da família com uma árvore (árvore genealógica). Agatha canta que essa árvore está podre, e continua se procurando ali mas nunca se acha, então ela precisa cortar o galho que a prende antes que a cortem. Quanto à sonoridade, é uma música mais calma, com mais elementos do rock.
04. Shards
Essa faixa tem um aspecto mais triste do que as demais até então. Agatha conta em Shards que se ajoelha em cacos de vidro implorando para acabar com o sofrimento, mas ele ainda nem começou. Ela diz que continua vendo as cicatrizes e as feridas abertas, o que é uma referência ao seu primeiro álbum de estúdio, o Chaos, assim como toda a música é. No álbum, Agatha decidiu lidar com todos os seus problemas de uma forma autodestrutiva e mascarando seus sentimentos de tristeza com a ira e o ódio contra tudo, todos e contra si mesma, assim como nessa música. Essa é mais uma tentativa de Agatha de agir caoticamente contra si, que novamente termina com a mesma não superando o que precisa superar. A sonoridade segue com um rock/metal lento.
05. Inner Hell
Cantando sobre os seus problemas com ansiedade de uma maneira mais melancólica, a quinta faixa Inner Hell fala justamente sobre não saber o que fazer diante de seus problemas, visto que adotar o comportamento autodestrutivo não resultou em nada. Agatha canta que tudo o que ela vê é cinza, evidenciando o seu estado de vazio emocional no momento da música. Ainda se assemelha bastante com as composições do seu primeiro álbum de estúdio, mas soa mais como um desabafo do que uma tentativa de resolver algo. Aqui nos é apresentado um metal sinfônico gótico bem mais leve.
06. Blue Heart
No lead single Blue Heart, que é a sexta faixa do disco, a artista finalmente está pronta para deixar todo o cinza pra trás e pintar o seu mundo de azul. Segundo Agatha, antes ela não conseguia sentir verdadeiramente as coisas pelas quais estava passando, portanto precisava tomar uma atitude à respeito, se permitir sentir as dores que devia sentir, passar do vazio do cinza para o azul da tristeza, ou seja, exatamente a transição da qual o álbum fala. É uma música sobre liberdade para a sensibilidade, sensação também passada pelo seu instrumental de synth metal ainda mais leve.
07. Dark Stained
A sétima faixa é Dark Stained. Essa música é sobre se olhar no espelho para se conhecer. Uma música extremamente reflexiva e introspectiva, comparando a tristeza com um espelho sujo. Agatha canta sobre o seu medo de encarar o seu próprio reflexo e enxergar a si mesma, contando sobre uma importante parte de seu período de autoconhecimento em que ela teve que enxergar o mais fundo da sua alma e perceber os seus erros, os quais a assombravam. A comparação com o espelho também é feita com um rio, que parece puxar suas lágrimas para fora quando ela se olha em sua superfície. Aqui ela finalmente começa introduzindo o folk ao álbum, fazendo uma boa diferenciação da primeira metade.
08. Bleed
Nessa música, Agatha começa a ponderar sobre a morte. A oitava faixa, Bleed, tem como tema principal a crença de que se auto isolar de tudo e todos é a melhor solução para os seus problemas. Logo ela percebe que essa realmente não é uma opção viável, mas que pelo menos serviu para que ela pensasse ainda mais em tudo que estava passando, o que de certa forma acabou ajudando-a a ver tudo de uma forma diferente, então ela finalmente resolve abraçar todos os sentimentos que vieram de uma vez só desde que ela se permitiu sentir. Ela inclusive canta que ao se sentir triste, pelo menos ela sabe que está viva. O próprio ato de sangrar na música se refere a estar vivo para poder sentir essa tristeza, já que a própria letra relaciona o sangue com a vida. O folk está novamente bastante marcado nessa faixa.
09. Storm Above
A nona faixa, Storm Above, funciona mais como uma música de aceitação, não exatamente de superação. Agatha canta que sabe que tem uma tempestade acima de sua cabeça, mas está ciente de que tempestades não são eternas e que depois surgirá um arco-íris no horizonte e que isso só nos deixará mais sábios. Ela também continua discutindo sobre a morte de uma maneira pouco direta, falando que viemos do pó e vamos voltar a ele, logo somos feitos da natureza, assim como a própria tempestade. A partir daqui fica bem mais claro que a artista está sabendo lidar com todas as emoções que a atingiram, passando até mesmo um sentimento de independência emocional quando ela diz que descobriu que o amor próprio é a arma mais poderosa. É uma música mais pop, mas que ainda se encaixa no contexto sonoro do álbum por ser, assim como a maioria, acústica.
10. Pines
A décima faixa é sobre maturidade e crescimento. Em Pines, Agatha compara a si mesma e a outros com pinheiros majestosos, crescendo e chegando a alturas enormes. Apesar de todos os obstáculos que possamos enfrentar como vento, chuva ou neve, continuamos firmes no chão, o que funciona quase como uma continuação da faixa anterior. É bem sutil a melancolia presente nessa música, mas ocorre quando a cantora diz que não consegue florescer, já que pinheiros não florescem, e observa outras pessoas ao seu redor conseguindo, passando um sentimento de incapacidade e solidão. Florescer também está relacionado à capacidade reprodutiva dos vegetais, o que pode trazer uma interpretação de que a artista acredite que não vai encontrar uma pessoa para amar na sua vida, resgatando um possível sentimento de solidão de faixas anteriores, mas não é esse o foco da música. O instrumental é um pop folk bem calmo, e não podia ser diferente para uma música como esta.
11. The Ghost and The Cliff
Em The Ghost and The Cliff, décima primeira e penúltima faixa do disco, Agatha entra de vez no tema da morte, ponderando sobre o que fez na vida até o momento caso morresse ali. O penhasco do qual ela fala é justamente o fim da vida, e ela canta que está esperando ser empurrada dele por um fantasma direto para a morte, mas não sabe quando isso vai acontecer pois o fantasma é invisível. É uma metáfora bem clara sobre a fragilidade da vida e sobre como podemos morrer a qualquer momento. Ela continua bastante triste na faixa, se culpando por muitas coisas que fez e poderia ter evitado, sendo estas coisas também representadas pelo fantasma, o que a faz sentir que talvez ela merecesse ser empurrada logo do penhasco. A música é inteiramente composta por piano, sendo Agatha a produtora exclusiva desta.
12. Legacy
A última faixa do álbum é Legacy. Com uma letra enorme que fala abertamente sobre a morte e sobre como todos estamos fadados a esse acontecimento em algum momento, a música tenta buscar um significado para a vida pensando na própria morte, baseado na visão de Agatha sobre os temas. Com a utilização eventual de violinos e vocais quase desacompanhados de instrumental, a música bastante acústica é um perfeito encerramento para o disco, amarrando tudo o que foi discutido durante todo o material e dando-lhe um final bem justo.
FORGET ME NOT
Agatha Melina