Post by andrewschaefer on Apr 28, 2021 10:58:40 GMT -5
90
É espetacular a forma como uma artista do nível de Catherine Valentinova consiga criar letras tão excêntricas mas ao mesmo tempo tão atuais e humanas. Em uma jornada escura para a loucura e as chamas, o dark pop e o alternativo se destacam onde é o contrário do ao seu E.P de estreia o qual fez a cantora ter atenção do público mainstream com seu viral Perfect Dancer. O contexto romântico se cai por terra onde Valentinova foca sobre as temáticas sobre narcisismo, saúde mental e superexposição midiática, enquanto canta sobre a personagem que enlouquece lentamente e parte para o seu fim precoce. Em produções obscuras e que remetem a temática crua e dolorosa, The Omen é muito bem trabalhado em criar e dar sentimentos ao ouvinte, trazendo uma bela e cativante aura cinematográfica vista em "Marylin Monroe" e também em "My Heaven Is Darker as My Hell" onde são metafóricas e servem como um triste diário da personagem. A forma que a cantora nos faz sentir e enxergar todas as dores da personagem até a mesma se despedir pelas chamas é impactante, doloroso e como uma tragédia moderna de Shakeaspere escrita com arranjos de pop alternativo. É extremamente inovadora a forma como Valentinova se move em uma história tão pessoal mas ao mesmo tempo tão bem contada igual ela faz aqui. Como grande destaque, há a faiza "A Conversation With The Mirror" onde mostra uma saúde mental movida a queimar enquanto reflete sobre sua autoestima abalada por objetivos frustrados e um ego mais que inflado, em uma ótima produção e certamente a melhor apresentada no álbum que acaba o introduzindo ao ato final junto da interlude seguinte. Em *"The Omen" Catherine fará você chorar, fará você se enxergar e fará você se sentir falho e humano, para sim se despedir com a personagem colocando seu plano em prática com a forte "I Promise You, Now I'm Fine" onde ela nos faz questionar sobre nossas propias saúdes mentais e nossos pensamentos sobre o bem e o mal. Certamente, o ouvinte não sairá dos fones de ouvidos da mesma forma que iniciou ao ouvir "The Omen" que é uma incrível história sonora de dor e auto-destruição que merece ser reconhecida.
83
Em seu debut álbum "The Omen", Catherine Valentinova nos apresenta sua perspectiva artística através de 11 faixas que trazem um ar ambíguo, um balanceamento entre sonoridades mais clássicas e vintage em contraste com letras e produções totalmente atuais. Trazendo reflexões sobre a vida, fama e monstros internos, as faixas mais brilhantes são "Prefface//Attention", que introduz de forma impecável o conceito do album, seguida por "Famous", com uma produção peculiar e muito interessante e "My Heaven is Dark as my Hell", que engloba perfeitamente os melhores aspectos do projeto com ares alternativos. Apesar da coesão ser importante, algumas faixas soam um pouco casantivas e com aspectos já apresentados de uma melhor forma em outras faixas, como em "A Conversation With a Mirror" e "I Can't Stand On My Own". No geral, é uma estreia incrível da estrela Catherine Valentinova. (Bônus: Destaque para Desperate interlude que ambienta perfeitamente a progressão sonora do projeto).
79
Não há termo mais apropriado para descrever The Omen do que "excepcional". Depois da primeira vez escutando esse álbum, é possível até descrevê-lo como repetitivo, liricamente e melodicamente, mas diferente de todos os outros casos, aqui, mesmo a repetição tem um propósito, o que fica claro em A Conversation With a Mirror, mas que, se você presta atenção o suficiente, pode ser estendido à obra inteira. Mais do que escrever letras e encaixá-las em versos, um ótimo artista também se preocupa com toda a coerência que ambos devem ter com cada ínfimo detalhe da música, e foi isso o que Catherine nos deu com a maioria das faixas de seu álbum. A farsa de Hollywood em paralelo com sua mente corrompida por ela, tudo banhado a melodias e efeitos sonoros que realmente passam esses sentimentos ao ouvinte, como a repetição desesperante na quarta faixa, citada anteriormente, que soa como alguém preso em um ciclo de escuridão incessante ou os dois planos vocais se retrucando em I Promise You, Now I'm Fine, simbolizando o superego e o id ou a noção de bem e mal de Freud, algo parecido com o que Vivien Turner e Apollyon fizeram em Life Locomotive ao construir uma metáfora sobre a vida utilizando um trem, mas fazendo isso de sua própria e única maneira, Catherine leva esta prática a um novo nível e mostra porque ela é diferente da maioria da indústria e merece destaque. No entanto, nem tudo são flores. A obra seria facilmente um dos maiores albuns da história, não fosse pela primeira faixa, "Preface // Attention", que em nada se assemelha às outras faixas melodicamente e é um tanto descartável liricamente, sem contar que é desnecessariamente longa. Catherine provavelmente sentiu que precisava construir um contexto anteriormente mas as outras dez faixas fazem isso com perfeição, fazendo de Attention nada além de um peso morto nessa obra-prima.