Post by andrewschaefer on May 12, 2021 15:35:46 GMT -5
85
O mini-álbum de estreia do cantor Kangjin é certamente um dos maiores atos desse ano até o momento. Altamente influenciado pela bossa nova, o projeto conta com 4 faixas que discutem sobre sentimentos de tristeza que muitas vezes são mascarados por sorrisos e momentos alegres. De maneira muito introspectiva, em Evergarden, o artista consegue trabalhar suas letras de forma excepcional, deixando claro os temas tratados, principalmente na title Fairytale que sem sombra de dúvidas é a melhor música do mini-álbum. Também merece destaque a faixa Aquarelle que conta com uma letra linda ao utilizar cores e flores como metáforas. Ainda ressalta-se como as influências da língua francesa foram bem características e bem utilizadas, já que toda faixa trazia algo de diferente relacionado a isso. De maneira geral, o cantor aumenta as expectativas sobre seus próximos trabalhos e mostra porque venceu o último K-Pop Star. Uma dica para os seus próximos trabalhos seria sair um pouco da caixinha e explorar novos gêneros não tão distantes, ainda ligados ao acústico, que funcionam muito bem para o cantor.
82
Evergarden entra no mundo do K pop com uma sonoridade muito surpreendente para o estilo nos últimos tempos, como um respiro diversificado, que traz uma mensagem muito importante por trás de músicas calmas. Com a Bossa Nova presente pelo álbum todo, vários detalhes contribuem para o feito mais incrível de Kangjin com este álbum: a atmosfera.
Um álbum de músicas calmas pode facilmente se tornar monótono ou chato, mas a magnitude por trás de Evergarden pinta um cenário inteiro na cabeça do ouvinte durante a experiência do álbum. Os temas das músicas tem uma conexão que vai além da sonoridade, sendo possível perceber que as letras saíram de um mesmo peito ardente em dores. Fairytale, música que abre o álbum é uma incrível apresentação para o conteúdo todo do álbum, ressaltando a tristeza da letra na sua própria ingenuidade de perceber o declínio na vida do intérprete. Aquarelle possui uma letra completamente criativa, com as expressões que ao mesmo tempo que adicionam um toque cômico, voltam a mostrar a tristeza camuflada na sonoridade alegre. Nas duas últimas faixas; Evergarden e Rendezvous, a sonoridade tem um certo declínio em manter o ouvinte, mas ainda sem perder a magia das letras, concluindo o ciclo onde se aceita a queda para poder se levantar novamente.
É interessante ver que mensagens importantes assim estão chegando ao público dos mais diversos jeitos, e Kangjin foi dolorosamente perspicaz na entrega de Evergarden.
80
Com seu EP de debut “Evergarden”, Kangjin se apropria de todas as culturas possíveis... de um jeito leve e positivo. As influências francesas, brasileiras e até mesmo cubanas presentes tanto em produções quanto em letras torna esse um projeto artisticamente muito rico, enquanto conta uma história realista fazendo uso de referências que se entrelaçam e formam um lindo conjunto de quatro faixas que nunca poderiam ser vistas totalmente deslocadas uma das outras. Até porque suas sonoridades também as mantém bem próximas… a produção acústica inspirada em bossa nova e jazz está constantemente tentando se manter equilibradamente coesa sobre uma corda… até se tornar repetitivamente enjoativa e cair, na última faixa do EP, "Rendezvous", que ainda apresenta uma boa conclusão, liricamente falando. Já as outras 3 faixas mostram suas produções aconchegantes de maneira mais efetiva, junto a nuances temáticas de cores e saúde mental muito bem construídas, entre as quais se destaca a segunda faixa, “Aquarelle”. Estaremos no aguardo pelo próximo passo na carreira desse solista promissor.