Post by andrewschaefer on Aug 13, 2020 15:17:37 GMT -5
Para divulgar o single Universe, a faixa Enough o Extended Play recentemente lançado, Inspire, a cantora e compositora romena Agatha Melina esteve presente no palco do programa de televisão britânico The Graham Norton Show, apresentado pelo próprio Graham Norton. A artista concedeu uma entrevista, na qual explicou em detalhes sobre o processo criativo de seu novo trabalho e ainda fez uma performance para as músicas que estava divulgando como forma de promover ainda mais o EP.
Após chamar Agatha para o palco, apresenta-la e a cantora ser recebidas com muitos aplausos e gritos da plateia, Graham Norton começou a sua entrevista, já perguntando sobre o novo EP, Inspire.
“Então, o que eu tenho para dizer sobre o Inspire? Era para ele ter sido lançado na sexta-feira, no dia sete de agosto, mas eu simplesmente surtei e soltei na terça-feira mesmo, no dia quatro. Mas a partir dessa semana que estou trabalhando o Extended Play da sua devida forma, lançando os singles, clipes e fazendo as divulgações que preciso.”
“Sobre o que se trata o EP? Bem, o Inspire é um lado mais romântico meu que vocês nunca viram e provavelmente nunca vão ver de novo. Como eu sempre deixei claro desde o início da minha carreira, eu sempre fui uma artista que gosta de experimentar e explorar, então vez ou outra vocês vão me ver fazendo coisas desse tipo, tentando coisas novas. A única vez que me lembro de ter cantado sobre amor foi em Can’t Fix a Broken Heart, uma das músicas do Chaos, mas eu estava falando sobre uma espécie de pós-amor, haha, depois que o coração está quebrado. E o coração quebrado foi um dos motivos para o colapso da mente conforme o álbum explora mais pra frente. Enfim, esta foi a primeira vez que eu canto propriamente sobre isso.”
“Para esse EP, eu decidi fazer algo do tipo Para Todos Os Garotos Que Já Amei, aquele filme da Netflix, acho que tem um livro também. Na verdade, eu nunca assisti e também nunca li, então eu não faço a menor ideia do que eu estou falando, mas o título é bem condizente com o que eu quis passar. Eu trouxe algumas paixões e relações que tive com algumas pessoas durante a minha vida, algumas até recentes o suficiente para que eu continue sentindo hoje, e que me marcaram de algum jeito, positivo ou negativo. Não estão exatamente em ordem cronológica, mas sim coloquei em uma ordem para que eu pudesse criar uma narrativa do paraíso ao inferno, assim por se dizer. Além disso, eu tentei unir todas essas que fizeram parte da minha vida em uma única, assim eu poderia cantar como se estivesse falando só de uma pessoa, o que facilitou um pouco o meu trabalho, pois havia coisas que eu gostaria de dizer para mais de uma pessoa e repetir com certeza não seria uma opção muito boa para as músicas, haha.”
“Star, a primeira música, é algo mais introdutório. Eu estou me apresentando, dizendo quem eu sou, de onde eu vim, essas coisas... Não tenho muito o que dizer sobre essa música, pois aqui ainda não começaram as paixões, haha. É sobre a minha infância mesmo, eu sempre tive esse desejo de mudar o mundo, de fazer alguma coisa para as pessoas e que me fosse atribuída ao menos um mínimo grau de importância e o melhor jeito de conseguir isso era obviamente através da minha voz, já que era uma das únicas coisas que desde que eu era criança eu percebi que eu era boa, haha, em cantar, no caso. Enfim, eu fico extremamente gratificada de ter conseguido realizar isso afinal de contas, não é? Se não, eu nem estaria aqui. Muito obrigada, de coração, a todos os fãs que me apoiaram durante esse tempo. Sem vocês, eu realmente não teria conseguido realizar esse sonho de criança, haha. Mas então, a função dessa música não é exclusivamente me introduzir, como também marcar um tempo. Como eu disse, nessa música, canto como se fosse uma criança e vou evoluindo e crescendo ao longo das demais faixas. Acho que a palavra certa para o Inspire seria maturidade. A sonoridade de Star segue uma linha mais country alternativo, eu acredito que foi uma ótima escolha para começar o EP pois prepara bem o terreno para as sonoridades que serão exploradas mais a frente.”
“A segunda faixa, My Cowboy, já saio um pouco dessa fase de infância, e entro na pré-adolescência, ou mesmo no começo da adolescência, uma época em que a gente acha que é maduro mas só vai perceber como não era alguns anos depois. E é também uma época em que tudo parece muito fantasioso e mil maravilhas, só para mais tarde ver que não é. Então, consequentemente, as paixões que temos neste período da vida tendem a ser mais fantásticas. A própria decisão de ter feito essa comparação a cowboy, cowgirl e ambientar a música em um velho oeste foi para reforçar essa fantasia. A letra pode até parecer superficial, e na verdade é mesmo, porque geralmente as paixões que temos nessas fases são superficiais. Ao menos eu, sentia uma obrigação enorme de gostar de alguém porque todo mundo gostava, então eu escolhia qualquer pessoa aleatória e criava uma ilusão de que gostava dela só para não ser diferente. Então, tudo já começa com uma ilusão, essa mesma ilusão de que vamos dominar o mundo, de que vamos ficar juntos para sempre, quando na verdade, não é assim, infelizmente, e aprendemos após mais um tempo de vivência. Essa também é a música mais country de todo EP porque eu queria deixar tudo isso de faroeste bem característico, e espero que esse feito tenha sido bem executado e interpretado corretamente por quem quer que estivesse ouvindo.”
“A terceira faixa é Enough e aqui já dá pra perceber um aumento absurdo na maturidade desde a música anterior. Em Enough, eu canto sobre ter certeza de que uma pessoa é suficiente pra você, nem mais e nem menos. Apesar disso, há uma certa impossibilidade que impede que essas pessoas fiquem juntas e isso é muito chato, haha. A música também apresenta um pouco de negação em sua letra, como se esses sentimentos fossem uma coisa ruim e tudo o que eu quero é que eles desapareçam, que essas cicatrizes se curem, mas novamente: a palavra para o Inspire é maturidade, e que eu não sei ainda por não ser madura o suficiente é que as cicatrizes não vão sumir e o sentimento não vai desaparecer simplesmente porque o que eu tenho que fazer não é negá-los ou contê-los, mas aprender a lidar com eles. Eu até comentaria um pouco mais, mas vou deixar isso para a próxima faixa, que é exatamente sobre isso. Bem, em Enough eu já começo a abandonar um pouco o country para me aprofundar no rock, o outro gênero musical aqui nesse EP. A mudança é bastante sutil, na minha opinião, principalmente com essa faixa que conecta tudo muito bem, carregando elementos dos dois estilos.”
“Então, Universe. Se Enough era sobre negação, Universe é sobre aceitação. O eu-lírico aceita esses sentimentos e aceita essas cicatrizes e aprende a lidar com elas, aprende a conviver com elas. Como eu digo na própria letra da música, temos que nos mover, mas não superar porque não se supera o amor. É exatamente isso. É um sentimento que provavelmente nunca vai deixar de existir, mas por conta das impossibilidades, é algo que não dá pra ficar remoendo, é mais fácil aceitar logo de vez. Essas impossibilidades também são retratadas aqui como sendo o universo, ou seja, a distância. E isso tem muito mais significado do que parece ter. na verdade, toda essa música é repleta de significados e é uma das mais importantes em todo o EP para mim, por isso eu a escolhi como o primeiro single. Em Universe, eu já me considero uma pessoa bem mais madura para saber como agir diante de determinadas situações e estou finalmente pronta para seguir em frente com tudo isso. E, para ser sincera, é a música mais atual de todo o Extended Play, por isso também é a minha preferida. Além disso, é claro, tem a sua sonoridade incrível, que se aprofunda no rock, mas ainda tem o seu lado country um pouco perceptível, eu adoro esse mix, dá uma sensação muito boa na minha opinião, de que tudo ali está se conectando e fluindo muito bem.”
“A quinta faixa, Heavy Heart, eu considero a transição do paraíso para o inferno, conforme eu já havia dito. É aqui que as coisas começam a dar errado, digamos assim. Foi a última faixa que eu adicionei no projeto porque eu não tinha certeza se estava boa o suficiente, mas decidi que era a melhor opção pois seria um choque muito grande partir de Universe para True Lovers assim, então eu acho Heavy Heart muito boa para preparar o terreno para as últimas faixas, que são um pouco mais tristes. Em Heavy Heart, eu abraço com tudo o rock e o metal, é a música que mais se distancia da sonoridade country das demais faixas, e eu honestamente não acho que isso seja um ponto negativo, pois mostra a versatilidade dentro de um mesmo EP, e isso é algo muito bom. Essa música fala sobre ter algo pra dizer, mas nunca conseguir, e tudo acaba ficando preso na garganta, e, em uma comparação, também no coração, deixando-o pesado, daí o nome da música. Faço muitos jogos de palavras com o inverno, o frio, sobre me esquentar, isso porque todo esse episódio se passou no inverno, foi um momento em que eu precisava dizer algo que estava me incomodando para alguém, mas eu não conseguia porque os sentimentos que eu tinha eram mais fortes e me impediam e isso é angustiante, sufocante, quem já passou por algo semelhante sabe do que eu estou falando. Entretanto, nessa faia não é explicado muito bem o que está acontecendo, eu só vou falar em detalhes na próxima faixa.”
“A sexta e penúltima faixa do Inspire é True Lovers. Aqui a sonoridade country volta com tudo, até me arrisco com um pouco de pop rock, mas eu não acho que tenha prejudicado o andamento do EP, haha. Essa faixa sobre essa espécie de abstinência que você sente quando estava acostumado com a presença de alguém e essa pessoa te deixa. Mais precisamente, uma pessoa que te fez criar dependência nela e então simplesmente desaparece da sua vida sem dar muitas explicações. Eu tive um caso muito semelhante. O que aconteceu não foi exatamente uma dependência tão profunda e nem uma abstinência tão enlouquecedora como eu quis retratar na música, eu dei uma exagerada nas coisas até porque é uma música, precisa ser minimamente interessante pra atrair a atenção das pessoas, além disso, eu sei que muita gente se identifica com isso. Uma pessoa que não te ama mais, às vezes tá ali do seu lado apenas por obrigação, e você está ciente de tudo isso, de que o sentimento já se perdeu, mas você ainda gosta muito dessa pessoa e quer mantê-la junto de você a todo custo, então começa a se humilhar e a barganhar a permanência como se você não fosse nada, muita falta de amor próprio. Hoje eu digo para mim mesma do passado: se alguém não te quer por perto, a única pessoa que está perdendo algo é ela, não você, você está se livrando. Infelizmente, eu não entendia muito bem disso, pois apesar de True Lovers vir depois de Universe para eu manter a corrente narrativa do EP, aconteceu antes, então eu era muito imatura e não entendia como algumas coisas funcionavam, mas aquela pessoa me fazia muito bem e eu queria que ela ficasse ao meu lado. Às vezes é melhor só deixarmos as coisas irem para não desgastar ainda mais algo que já está saturado e eu aprendi isso da pior forma. Eu canto coisas do tipo “podemos fingir que nos amamos só por essa noite?”. Essa música também está repleta de referências que somente a pessoa entenderia. Para ser sincera, não é uma música para uma pessoa em específico, pois mais recentemente eu passei por uma situação um pouco parecida, mas eu já estava madura e com mais experiência, então eu soube lidar e não me humilhei como da primeira vez. De qualquer forma, a letra tem referências para essas duas pessoas.”
“A última faixa, que pena, estava gostando de comentar com vocês o track by track, haha. Shipwreck! O melhor dessa música é que eu a escrevi inteiramente às cinco da manhã, quase seis. Eu havia passando a madrugada acordada, chorando, e neste horário eu já estava morta de sono e precisava dormir. Por algum motivo, essa ideia me surgiu na cabeça e eu peguei o meu celular, abri um grupo do WhatsApp só comigo e comecei a digitar a letra, comecei a rimar e a expressar todos os meus sentimentos e nem estava tão consciente do que eu estava fazendo porque eu estava com muito sono, mal conseguia orientar os meus dedos. Eu não conseguia enxergar direito e também estava um pouco escuro, bateria acabando, mas eu escrevi tudo do mesmo jeito. Eu fiquei pensando naquela composição quando acordei e não tive coragem de abrir o grupo para relê-la por uma semana inteira. Quando finalmente fiz isso, eu percebi que só tinha feito várias estrofes aleatórias separadas e então organizei a música em versos, refrão, ponte, enfim... É uma música que veio do fundo da minha alma, em um momento tão grande de vulnerabilidade, em que eu estava tão sensível, e na minha opinião é uma das melhores do Inspire. Apesar de ser uma música triste, eu pessoalmente a considero a mais madura, até mesmo mais do que Universe, isso porque vem de uma concepção pessoal minha de que quanto mais amadurecemos, mais tristes ficamos ao perceber como a realidade é, e em Universe eu estava relativamente feliz por ter aceitado as circunstâncias, mas em Shipwreck eu estou triste pelo mesmo motivo. Quer dizer, não pelo mesmo motivo exatamente, mas triste por ter aceitado as circunstâncias, outras circunstâncias, isso porque eu deixei esse lado de fantasia para trás para encarar a verdade nua e crua. Enfim, a própria música fala sobre isso, sobre solidão, estar sozinho em um naufrágio. E um naufrágio com certeza não é algo bom, significa que tudo deu errado. Enfim, eu não vou falar muito porque planejo lançar Shipwreck como single e vou explicar a letra mais detalhadamente depois, mas é aquele momento em que você percebe que por conta de tantas impossibilidades e aceitações, você está sozinha, enquanto todos os outros estão se arranjando, e provavelmente você vai continuar assim, à deriva no mar.”
Após explicar sobre todas as faixas, Agatha cantou as músicas Enough e Universe. Durante a sua apresentação, fotos do encarte do Inspire apareciam no telão ao fundo, bem como cenas do espaço sideral, principalmente na performance da segunda música.
A artista, após cantar as músicas, lembrou a todos de que o single já estava disponível em todas as plataformas digitais, assim como o seu Extended Play Inspire, que também está sendo vendido em cópias físicas limitadas em sua loja on-line. Com os aplausos da plateia e os agradecimentos especiais de Graham Norton pela sua participação no programa, Agatha se despede de todos, demonstrando que ficou muito grata pela oportunidade de divulgar o seu trabalho e deixa o palco.
A artista, após cantar as músicas, lembrou a todos de que o single já estava disponível em todas as plataformas digitais, assim como o seu Extended Play Inspire, que também está sendo vendido em cópias físicas limitadas em sua loja on-line. Com os aplausos da plateia e os agradecimentos especiais de Graham Norton pela sua participação no programa, Agatha se despede de todos, demonstrando que ficou muito grata pela oportunidade de divulgar o seu trabalho e deixa o palco.