Post by ggabxxi on Jul 29, 2020 17:19:40 GMT -5
Olá, eu sou Vivien Turner e eu resolvi sair por um tempo da minha crisálida e discutir um pouco sobre meu novo single, "Chrysalis", aqui com vocês no canal do Genius!
Bom. É um pouco difícil falar sobre uma música separadamente de meu álbum porque ele tem uma linearidade, uma sequência cronológica, e "Chrysalis" está inserida no meio de tudo isso. Na verdade, ela é a sexta faixa entre as dez músicas do álbum então é como se ela fosse o evento que vai servir como estopim para a parte mais importante que é o fim da história. Eu não vou falar especificamente sobre os aspectos do álbum porque eu quero manter o sentimento de suspense, se é que tem alguém esperando pelo meu álbum... [dá risada] Apesar de que eu sou a pessoa que mais está ansiosa pra ver tudo isso mundo afora porque nós todos nos esforçamos muito e pensamos em cada detalhe. Quando eu digo “nós”, eu falo das poucas pessoas que trabalharam nisso, eu e alguns dos artistas que eu mais admiro. Venus e Norma, que são como sócias na gravadora que me acolheu, Cloud Music, também são ótimas produtoras, e também temos Claire e Brendon, que vocês conhecem como Banshee e Apollyon. Eu conheci Claire no Rainbow Bar & Grill, na Sunset Strip, como ela já contou a vocês. Eu não costumo ir a pubs, não porque não gosto do ambiente, eu amo, mas porque eu não costumo sair de casa quase nunca, tanto é que Norma me apoiou na ideia de montar um estúdio caseiro na minha sala, eu não podia suportar a ideia de escrever músicas tão profundas em um estúdio coletivo, ouvindo todo tipo de música e todo tipo de sentimento porque pra mim, escrever é como um tipo de meditação. Nesse dia, eu fui porque pretendia refrescar a ideia de interação social na minha mente a fim de criar inspiração para meu álbum, e acabou sendo um dia de muito amadurecimento. E é sobre isso, que fala Chrysalis. Viver e amadurecer. Assim como uma larva se alimenta, constrói sua crisálida e se transforma em uma borboleta, nós passamos por estudos, socialização, interações sociais, tudo isso, para nos tornarmos nós mesmos e descobrir nosso lugar, descobrir a que revoada nós pertencemos.
"Baby, now I’m way too big to be contained in this chrysalis
If you put me next to beg for freedom, it’ll be an antithesis
I’ve been hitting on these walls hoping to find truth on the theorem of Isserlis"
Bom, acho que o primeiro verso é fácil de ser interpretado. O amadurecimento está completo. No segundo, eu digo que, comparando "implorar por liberdade" a mim é uma antítese. Aqui, eu quis dizer que não é do meu feitio implorar por liberdade, mas sim lutar por ela. Então, eu e o implorar somos contrários e inconciliáveis. Bom, o terceiro verso é um caso à parte. Eu não sei nada de matemática, mas essa palavra surgiu em um dos livros que eu li e, além de eu ter a achado bonita, ela ainda era a rima perfeita para terminar essa estrofe. Então, eu fiz uma pesquisa em torno dela e cheguei a essa teoria matemática chamada Teorema de Isserlis. Eu provavelmente entendi errado, mas eu acho que ela se baseia em explorar várias probabilidades até se chegar ao resultado esperado. É como se eu dissesse que continuarei tentando, de todas as maneiras possíveis, quebrar as paredes que estão entre mim e a liberdade, não sei se expliquei da melhor maneira...
"My tears freeze, I need to rip a way to reach the summer sunlight
I am ready to wreck this cocoon and have my first flight"
Quando escrevi esse verso, eu estava pensando naquele experimento que todos fazemos de colocar um feijão dentro de uma caixa e fazer um buraco pra observar o broto se curvar em direção a ele e alcançar a luz. Eu posso ter muito mais idade agora, mas aquilo nunca deixou de me fascinar desde o momento em que vi pela primeira vez, quando ainda era só uma menina. É mais um exemplo da força da natureza, de resiliência. E também é semelhante à nossa busca diária por liberdade, por um mundo em que todos possamos ser não necessariamente a nossa melhor versão, mas nossa versão mais autêntica. Provavelmente, a melhor Vivien é a Vivien que agrade à maioria das pessoas, mas não é essa Vivien que eu quero ser, eu quero ser a que mais me agrade, entendem? Porque no fim das contas, a única pessoa que tem que conviver com essa construção de Vivien vou ser eu mesma, e se eu não a construir bem, a companhia dela vai ser um porre! [Vivien dá risada]
"Birds and bees from outside, it’s me again, the still to be born blue butterfly
Need help from the other side and you all promised you would always come by
Here is just too tight for my wings, I need to rip all these sheets so I can finally fly
Fire gods, don’t leave me here, burn this green cage so it gets easier and dry"
Bom, aqui, eu tento descrever um breve momento de fraqueza, onde eu não pensei que fosse ser capaz de fazer tudo sozinha, então a borboleta que está tentando romper o seu casulo pede ajuda aos animais lá fora e até dos deuses do fogo, para que queimem os tecidos da crisálida, mas eles, que já são experientes na vida fora do casulo, sabem que a borboleta deve fazer aquilo sozinha pra que ela possa ser uma borboleta independente, portanto, não podem ajudá-la, por mais que queiram.
“Wonder what I’ll face when I’m done
When this natural box is finally gone
My wings are extraordinary ones
Hope I use them before arrives the dawn”
Aqui, a borboleta começa a imaginar que maravilhas ela encontrará lá fora, quem ela mesma será. Como ela vai voar majestosamente. E isso serve como incentivo pra ela, faz com que a determinação dela em quebrar aquelas paredes cresça.
“Barriers of brain, please, do not stay
I’m not asking, I’m sending you away
After all, this is a sport of relay”
Nesses versos, eu quis fazer um comentário sobre como muitas vezes, as barreiras que nos separam da liberdade, são criadas involuntariamente, inconscientemente por nós mesmos, por nossa insegurança, por aquela voz lá na no fundo do cérebro que nos diz que nossos riscos não vão valer a pena e todo o nosso esforço vai ser desperdiçado. E eu acho que isso é uma prática de retransmissão porque esse pensamento alimenta a nossa insegurança ao passo que nós mesmos alimentamos ele, é um ciclo vicioso e difícil de se interromper, mas não impossível. Eu não vou mentir e dizer que é um processo simples e indolor, é tudo menos isso, mas ele é necessário e traz menos dor do que viver todos os seus anos se olhando no espelho e não encontrando nada familiar.
“I’m not afraid of the hounds
I want to meet all the non found
Me and chrysalis are not bound
I want to see the great green ground”
Essa estrofe é simples, até. Eu quis dizer que existem, é claro, vários obstáculos, os cães de caça, o sentimento de falta da crisálida, mas que vale a pena enfrentar isso para contemplar a beleza da relva. Existem pessoas detestáveis. Existe a saudade diária de casa. Mas também existe o esplendor do futuro.
“I’ll take you with my wings
Show you the joy it brings
Show the sweet pain of feeling the red roses with the dark stings”
Ah, a companhia! Não existe nada melhor que uma boa companhia. Eu aprendi isso no processo de criação desse álbum. Foi tão revigorante estar acompanhada de Norma, Brendon, Claire e Venus! Eles são artistas muito dedicados e livres de qualquer limite. Eu até os considero meus amigos, por mais que Claire seja a única deles que realmente se aproximou de mim. Eu gosto deles, sem dúvidas, mas eu tenho uma dificuldade em me abrir pra novas pessoas e só Claire superou todas elas por enquanto. Apesar disso, ninguém entendeu minha arte tão bem quanto Brendon, ele foi o produtor principal do álbum e é incrível como ao passo que eu descrevia um sentimento ou cantava um verso, ele aparecia com estilos belos. Ele fez o álbum ficar bem mais diversificado sonoramente do que eu havia pensado a princípio. Sim, sou eu quem toca o piano, mas toda a infinidade além disso foi ideia principalmente dele. E acho que esse verso vem da perspectiva deles. Por mais que eu tenha escrito tudo sozinha, eles me levaram nessa linda jornada e me ajudaram a chegar exatamente ao efeito que eu queria, me mostraram a canalização da alegria e da dor por meio da música. Com certeza, eles foram a melhor companhia que eu poderia ter nesse momento tão incerto da minha vida.
“Break free (x12)
They say I should break alone every single layer
So I’m breaking free
Kicking my way out of here
crushing down my fear
Calcifying black tears
(Calcifying black tears)”
Bom. Isso volta àquela ideia de que é necessário que eu faça a minha própria luta por liberdade, sem depender de ninguém. Agora, eu entendi isso perfeitamente, venci minha insegurança e minhas lágrimas. A luta que eu travo desde o começo chegou ao fim. Ou será que chegou? Será que a luta acaba algum dia?
[Vivien sorri, com uma pitada de malícia]
Bom. Esta fui eu, aqui no canal do Genius, viajando com vocês por essa nova música. Eu realmente espero que ela tenha agradado vocês e ajudado vocês a superar alguns obstáculos à maneira dela. Não se preocupem, existem crisálidas espessas, mas não existe nenhuma instransponível! Eu acredito em vocês! Não se esqueçam de escutar Chrysalis, a Cloud Music fará bom proveito do dinheiro dela apoiando a minha arte e também os projetos de vários outros artistas fascinantes! Apoiem a indústria artística, ela é muito mais importante do que todos vocês imaginam, ainda mais em tempos sombrios como esses que estamos presenciando com a ascenção do fascismo. É papel também da arte, e não só da história, relembrar todos nós daquilo que queremos esquecer. Tenham uma ótima semana!
[DIVULGAÇÃO PARA CHRYSALIS]