Post by andrewschaefer on Jan 21, 2021 21:51:25 GMT -5
82
Com conceito lírico interessante e sonoridades variadas e majoritariamente coesas, QUEENDOM mostra grande evolução artística em seu primeiro álbum de estúdio “Evangelion”. Apesar do possivelmente controverso uso de referências bíblicas, a temática é usada de maneira leve, mas que agrega muito ao contexto do álbum e também à quase todas as letras separadamente, com exceção de “Dancing With The Devil”, e o single “Judas”, em que tais referências certas vezes parecem um tanto deslocadas do clima dançante, mas não impede que sejam boas faixas. Até porque, a presença de somente alguns defeitos entre as restantes diversas faixas ótimas é admirável. A dramática abertura electrorock de “Angels” é tão inesperado e inovador para a discografia do girlgroup que deixa a desejar mais uma canção que se assemelhe de alguma maneira, e essa canção chega quase no fim do álbum: o leve R&B “Blood, Sweat & Tears”, que conta com tanta carga emocional quanto a abertura, mas dessa vez, em uma linha quase oposta, esperançosa e motivadora. As mais dançantes “Burning” e “QUEEN”, com o produtor Klaus Henderson, também apresentam o melhor do grupo em suas já conhecidas letras sobre empoderamento, mas não de maneira superficial, e sim de forma impactante e ao mesmo tempo divertida. Aguardamos para ver como o girlgroup continuará a evoluir e se aprofundar em seus conceitos, mas por enquanto, desejamos parabéns a QUEENDOM pelo melhor trabalho de sua carreira até agora.
80
Com Evangelion, QUEENDOM explora uma sonoridade baseada em eletropop, trap pop e synth. O conceito mais religioso, com temáticas bíblicas e baseado no cristianismo romano é bem colocado em meio toda proposta do album. O projeto é bem coeso, com músicas e histórias que conversam entre sí e parecem fazer parte de um enredo muito mais e complexo, o que é com certeza a intenção do grupo com esse comeback.
As faixas que mais brilham são com certeza Dancing With The Devil, que trás um synth pesado baseado em dancepop com um ar mais sensual que combina perfeitamente com a letra. Burning, que vem logo em seguida, também trabalha muito bem com a progressão pop e cria um ritmo divertido e que deixa a letra, uma das melhores composições do projeto brilhar. Destaque positivo também para Blood, Sweat and Tears que é a mais próxima de uma ballad que o projeto apresenta, mostrando os vocais incríveis e a sonoridade madura que o grupo adquiriu.
As faixas mais fracas são com certeza QUEEN, pareceria com Klaus Anderson, que parece a mais genérica faixa pop EDM, típica de parcerias de grupos com DJs. Epiphany também soa mais comum e desinteressante, e nem mesmo a composição mais elaborada compensa a fraqueza da faixa.
No geral Evangelion é um projeto muito bem feito e executado, maduro e que mostra um dos melhores lados do Queendom até hoje.
75
O girlgroup QUEENDOM faz o seu comeback com o seu primeiro full album chamado Evangelion, que constitui-se de oito faixas que abordam temas como relacionamentos e autoaceitação relacionando com partes da história da Bíblia. Primeiramente falando sobre a sonoridade, o grupo mais uma vez acerta em cheio. O álbum tem um bom fluxo e apresenta boas conexões em suas produções, sendo os destaques nesse quesito Angels, QUEEN e Epiphany. Quanto às letras, apesar de todas cumprirem a proposta do disco, conversarem entre si e manterem o álbum coeso e bem trabalhado, por vezes são previsíveis e até passam uma impressão de serem rasas demais, como se corressem em círculos e não chegassem a lugar algum, até dificultando acompanhar a história traçada desde o relacionamento abusivo e seu término até o processo de melhora de autoestima. As melhores letras sem dúvidas são as de Angels, Epiphany e Blood, Sweat & Tears. No geral, é um bom álbum que vale a pena ser ouvido mais vezes, mas que poderia ser muito melhor trabalhado.
70
QUEENDOM nos trás mais um trabalho de alta qualidade sonora, com seu primeiro full-album, porém ainda traz algumas falhas, infelizmente, pecando nos mesmos lugares que pecou com seu debut: A coesão e fluidez. De cara o álbum começa com uma de suas faixas mais incríveis. Começar um álbum com uma música como Angels, eleva muito as expectativas pro desenvolvimento do conceito, principalmente por ser uma sonoridade distante dos lançamentos anteriores do grupo, porém a expectativa se desintegra logo, pois, além da próxima faixa fazer uma mudança sonora completamente abrupta, nada de Angels é levado adiante no resto do Evangelion. Judas tem uma das batidas e conceitos mais interessantes lançadas nos últimos meses, e como um single solto, seria excepcional, com a letra bem amarrada no conceito e um batidão bom, mas, novamente, no contexto do álbum, fica completamente solta, pois já na segunda faixa começa mostrar que a sonoridade pode ser bagunçada. As b-sides acabam por comprovar o erro mencionado. Cada uma se sai bem sozinha, mas individualmente, não se encaixam para formar um álbum. Dancing With The Devil soa como uma boa transição da title para o resto, mas logo em seguida Burning já destrói a sonoridade que vinha sendo “consolidada”, e o mesmo acontece com Queen. Blood, Sweat & Tears é sem dúvida uma das músicas mais diferentes do QUEENDOM, e não surpreendentemente, muito bem executada, mas no Evangelion serviu como o ponto decisivo para bagunçar a sonoridade do álbum, segurando a mão de Divine. Nem todo álbum precisa de uma balada. Assim como WOMEN’EMPIRE, o Evangelion é um bom álbum, que é melhor analisado individualmente, do que como um todo.