O palco que se encontrava escuro, por ser o último show da noite se ilumina bem lentamente, apenas por algumas fitas de led que contornam determinados objetos.
Um piano triste e melódico começa a tocar, e enche a atmosfera do placo, e logo e contornado pelas fitas led. Então outros instrumentos começam a ser iluminados, e um som de palmas começa a ser ouvido, com a famosa melodia de Victorious, música do Panic! At The Disco.
"Tonight we are Victorious
Champagne pouring over us
All my friends are glorious
Tonight we are Victorious"
A última coisa que se acende são as fitas no pedestal do microfone de Apollyon, que assim que fala separadamente a palavra "Vic-to-ri-ous", é acompanhado pela bateria e guitarras da banda ao fundo do palco. Não são os integrantes do Panic! At The Disco, apenas musicistas contratados por Brendon.
Victorious, a consagrada "party-starter" do Panic! arranca vários gritos do público assim que começa, e vários gritos cantam junto com Apollyon no palco. Ele estranhamente não veste nenhuma das clássicas variações de seu paletó dourado, mas sim um paletó preto, com alguns detalhes prateados, bem de última hora.
As diversas high notes de Apollyon durante a faixa estão precisamente afinadas, assim como de costume, indo do agudo diretamente para o grave. Ele se diverte bastante passeando pelo palco, e cantando com toda emoção, sorrindo e dançando bastante.
"My touch
Is black and poisonous
And nothing's like my punch drunk kiss
I know you need it
Do you feel it?
Drink a water
Drink a wine"
Ele finaliza a música em vários head-bangs muito feliz sorrindo bastante, mas não tem tempo para pausa. Victorious flui diretamente para Don't Threaten Me With A Good Time, outro dos maiores singles do Death Of A Bachelor. O palco se ambienta exatamente como a música. Um aspecto toxico toma as luzes, com caveiras dublando os adlibs nos telões do palco. Agora se vê que as decorações do palco também contam com flores brancas com um líquido azul escorrendo delas, e crânios também com o líquido azul. Brendon pega um dos crânios com a parte de cima cortada, precisamente como um copo, e no build do primeiro refrão, dá um grande gole no conteúdo, limpando a boca de azul quando acaba, e arremessando o crânio no chão para se quebrar.
"Champagne, cocaine, gasoline
And most things in between
I rode the city in a shopping cart
A pack of camels and a smoke alarm
This night is heating up
Raise hell and turn it up
Saying: "If you go on, you might pass out in a drain pipe"
Oh yeah!
Don't Threaten Me With A Good Time
It's a hell of a feeling, though"
Como uma das músicas favoritas de Brendon, ele se entrega ainda mais a performance. Interagindo bastante com os músicos, mais tarde, um deles revelando ser Tyler Joseph, seu amigo de longa data, e vocalista do twenty-one pilots. Os dois já estiveram juntos no palco várias vezes, então brincam despreocupadamente com toques.
A performance finalmente acaba, e Brendon vem até a frente do palco, falar um discurso ensaiado em português:
Apollyon: BOA NOITE ROCK IN RIO! -- Fazia muito muito tempo que eu não vinha ao Brasil… e que ocasião mais perfeito se não dar um show a vocês?
Brendon erra algumas palavras, principalmente nas flexões de gênero, e parece estar ciente dos erros, por que ri bastante junto com o público.
Apollyon: Quando eu estive aqui no Rock In Rio de 2019, eu prometi que iria treinar meu português…. perdão eu não treinei… - ele diz, voltando a rir - Mas eu tou sabendo que hoje é sábado… é isso mesmo?
Ele recebe um grande "SIM" gritado pelo público, e logo o instrumental de Say Amen (Saturday Night) começa a tocar. Brendon abre um largo sorriso no rosto, e volta a evocar o espírito da música.
"OOOow! It's Saturday Night!
I pray for the wicked on the weekend
Mama, can I get another amen?
OOOow! It's Saturday Night!
I swear to God I ain't ever gonna repent
Mama, can I get another amen?"
Com a chuva de hits do Panic! At The Disco, o público continua gritando, e Brendon parece completamente confortável no palco, dedicando seu vocalzão ao máximo, sem perder o gingado abobado tentando dançar.
A música logo engata em Crazy = Genius, uma das músicas mais enérgicas do Panic!, misturando vários elementos de rock, pop e jazz.
O telão exibe as rosas brancas pegando fogo, e os leds que antes azuis, agora brilham em vermelho, e vários dispensers de fogo ao redor do palco começam a cuspir chamas. Como técnica de produção, dois dispensers precisamente posicionados soltam algumas chamas que formam asas atrás de Brendon, numa distância segura. O palco começa a ficar muito claro a medida que as chamas aumentam gradualmente, até parecer que está tudo realmente pegando fogo. Ouve de alguns sons metálicos puxando algo, e quando as chamas se dissipam, Brendon está sentado em um piano, trazido por um elevador hidráulico, e logo começa o instrumental de Nicotine.
I LOOK LIKE ROCKY BALBOA!
Brendon grita o clássico meme na música, e engata na letra. Ele engata grande parte de melodia no piano mesmo, que contrasta fortemente com as guitarras pesadas do resto da música, deixando a versão muito mais interessante.
"I taste you on my lips, and I can't get rid of you
So I say: "Damn your kiss, and the awful things you do"
Yeah you're worse than Nicotine~ "
Os crânios decorativos logo começam a derramar o líquido azul novamente, ao progredir da música. Brendon está genuinamente feliz por estar num palco novamente depois de tanto tempo, principalmente apresentando algumas músicas do Panic! At The Disco, que acabou já há 3 anos.
Após o final de Nicotine, Brendon faz uma pequena pausa, para tomar água, numa garrafa perto da bateria. E depois volta a falar, mas agora em inglês.
Apollyon: Bem, pra ser um show clássico do Panic! eu precisava do meu paletó dourado… mas ele sumiu algumas horas antes da performance.. aí peguei esse que tava sobrando.. sabe talvez eu devia abrir isso aqui também…
Brendon provoca, mencionando o que aconteceu anteriormente na noite de maneira satírica. Ele dá uma lambidinha fictícia na mão, para bagunçar o cabelo e repentinamente abre a camisa que estava usando por baixo, deixando seu abdômen amostra.
Apollyon: pronto, now it's even-steven.
Ele pega de cima do piano uma guitarra azul, toda destroçada, aparentemente a mesma do VMA, remendada novamente.
A banda se apaga por um momento, e Brendon da início a sua música preferida da discografia do Panic! At The Disco: Golden Days.
"I found a pair of polaroids in a crate of a record shop
They were sexy-sexy looking back
From a night that time forgot
Hmm mmm"
Ele se entrega totalmente ao vocal e a guitarra, levando grande parte da música sozinha, até gradualmente os demais guitarristas e baterista se juntarem.
"We'll stay drunk
We'll stay tan
Let the love remain
And I swear that I'll always paint you-
Golden Days~
Golden Days~ "
Os high notes de Golden Days são extremamente altos, e Brendon entrega os com excelência. O telão muda para os crânios mais uma vez, mas agora chorando um líquido dourado sobre as rosas brancas.
"Time can never break your heart
But it will take the pain away
Right now, our future is certain
I won't let it fade away"
Quando a música acaba, Brendon se joga no chão, um pouco emocionado, e todo resto da banda sai do palco. Ele joga a guitarra num canto, e volta para o piano.
Os acordes instantaneamente revelam This Is Gospel, o maior hit do Panic! At The Disco.
A versão em piano da música já foi apresentada algumas vezes, e é fenomenalmente mais emocionante que a versão original.
"This Is Gospel for the fallen ones
Locked away in permanent slumber
Assembling their philosophies from pieces of broken memories"
O piano lentamente revela mais fitas de led escondidas, desenhando arabescos nas laterais, mas também um grande símbolo de mutualidade da tampa do piano.
"If you love me let me go~
If you love me let me go~
Cause this words are knives and often leave scars
And thruth be told, I never was yours…
The fear of falling apart"
Apollyon se entrega num devaneio, claramente se desconectando um pouco do palco, quase como se estivesse cantando para si mesmo.
Ele recobra a consciência, lembrando que estava no palco do Rock In Rio e começa a rir no meio dos versos, mas logo recompõe a postura.
Antes de engatar no refrão final, ele tira uma rosa branca que decorava o piano e põe atrás do ouvido, com um sorriso feliz no rosto.
A banda entra no palco de novo, mas antes que ele comece a cantar a próxima música, do topo do palco cai algo na frente de Brendon. Quando ele abaixa para pegar, revela ser seu paletó dourado, mencionado anteriormente.
Apollyon: Ahhh olha só quem apareceu… - ele tira a camisa na frente de todo mundo para vestir, mas ainda não o coloca. Ele então aproxima o rosto e da uma cheirada no paletó, fazendo uma cara como se fosse um cheiro familiar… mas depois põe a língua para fora, fazendo uma expressão como se estivesse cheirando mau, e ri - Já viu dias melhores… - ele veste o paletó mesmo assim, deixando apertar seu corpo, a medida que Girls/Girls/Boys começa a tocar.
"But if you change your mind, you know where I am
But if you change your mind, you know where to find me
But I don't ever wanna be your boyfriend"
Não demora para uma bandeira LGBT+ parar em cima do palco, que é rapidamente vestida por ele como uma capa.
Ele canta a música se divertindo bastante, engatado no clima cômico do deboche recém feito. O público canta alegremente com Brendon, até o último refrão, onde ele modifica a letra.
"Boys love Boys and Girls
Boys love Boys and Girls
And every little thing that I
Would be caught in the way you got me
But Boys love Boys and Boys
Cuz love is not a choice"
Ele termina a música rindo, e bebe água novamente.
Apollyon: Sempre me pediam pra incluir o reverso nesse último refrão… então tá aí hehehe… senhoras e senhores eu cansei de cantar, e vou convidar alguém que gosta tanto de gritar que nem eu… por favor recebam o meio metro de ódio: Yves!
Yves, melhor amiga de Apollyon, colega de empresa, e rainha dos falsetes e Whistle notes entra no palco vestido um moletom e botas pretos. Yves sorri e cumprimenta o público, ficando ao lado de Apollyon.
Yves: Putz… Brendon quer sair no grito mesmo?
Apollyon: Eu não, quem vai cantar é só você..
Yves: Oh mas que porra…
Apollyon vai até o piano, e Yves se senta na lateral do instrumento, quando Apollyon começa a tocar Quasar, música de seu primeiro álbum solo, originalmente em parceira com a cantora Noah Hamilton. Yves fica com todos os vocais da música, sentada no piano durante os primeiros versos.
"I know that we are upside down
So hold your tongue, and hear me out
I know that we were made to break
So what? I don't mind"
A performance começa tranquila, apenas com voz e piano, e gradativamente os elementos eletrônicos vão sendo inseridos quando Apollyon troca o piano por uma mesa sintetizadora.
O refrão logo chega e Yves solta o vozeirão cantando sobre queimar como um Quasar, até unindo vocais com Brendon num verso.
"Tonight burn me like a Quasar
Burn me hard like a Quasar
Oh oh oh oh oh oh
Burn me hard like a Quasar
We are turning tides tonight
Bend the world for one last time
So-oh oh oh oh
Tonight burn me like a Quasar"
Os dois levantam do piano no frio e dançam aleatoriamente juntos, num clima bem descontraído, até finalizarem a faixa.
Apollyon continua no piano, e Yves começa a cantar marry me with a grass ring, último single do Aphantasia, último album de Apollyon.
"But we cha~nge
And "us two" start to not be enough
But we cha~nge
And I don't know if I still know who you are"
A música contrasta a melodia linda com a letra pesada e dolorida. Os dois não se movem muito, fazendo um cenário muito vocal no meio do show. Apollyon principalmente não faz muita coisa além de tocar piano, e Yves termina ao lado dele.
Apollyon: Pronto… já cantou sua cota por hoje
Yves: Ah mas eu vou ficar aqui vendo se acho um produtor bom de verdade pra terminar meu álbum…
Apollyon: Mas olha que filha da puta…
Ambos riem um pouco, descontraindo um pouco o clima, a medida que Yves se despede.
Antes de levantar do piano, ela pede pra tocar algo, e suspeito, Brendon consente. Yves consegue tocar poucos segundos de Feel On Me, antes de Brendon apertar várias teclas do piano ao mesmo tempo, rindo, para ela parar.
Apollyon: Isso! Chama os amigos pra passar vexame no meio de tanta gente… por isso o álbum não sai, viu..
Depois de rirem mais um pouco, a banda reentra no palco, e logo os guitarristas engatam em The Feeling Is Mutual, título anunciado pelo telão. É a mesma música que apresentou no VMA, falando sobre a força do término.
"Get your better whiskey, soju or whatever you like
Take a shot every time it hits you in the bullseye
eX marks the spot, but now I'm better off
Royal flush down the table, I'm just getting started"
Brendon realmente se anima agora, com o orgulho fervendo nos olhos. Ele canta sorrindo bastante, enquanto dança aleatoriamente, mas no refrão, fica parado para soltar potentes notas.
As rosas começam a queimar com o "Cause now the feeling is mutual", num fogo azul, e os crânios giram freneticamente.
"Misery loves company? But not me
So inviting that I almost jumped in
So tell me, baby, am I wrong that I moved on?
And I, and I don't even miss you
Demons for show, but I take them all solo
I hope you hate me now
Cause now the feeling is mutual"
Apollyon: Como diria em Camisado, acho que essa noite não foi nenhum erro, apenas uma terapêutica cadeia de eventos….
Um outro instrumental novo começa a tocar, similar ao de The Feeling Is Mutual, mas agora nomeado pelo telão como HERESY.
Os versos são rimados num compasso acelerado, quase como se fosse um rap. As letras descrevem lados bons e ruins de alguém completamente misturados, com tons sensuais no meio, mas logo ligando tudo aquilo a "heresia" como se fosse algo ruim, mas durante a letra Brendon se questiona de "O que é uma heresia pra um pecador incorrigível?"
"You're a tank-full of the best kind of bad, Acura
100 per hour on a highway to open up the box, Pandora
Playing us like it's just a joke, so watch it break, like it's funny
You can take all of the pieces that you want, but not me"
Aos poucos Brendon se empolga e solta um "Ah FODA-SE!" no meio da performance, e termina por tirar completamente sua camisa e seu paletó.
"Like what's up? I'm gone now
From the class, to the sass, you know how?
Like bye-bye, I'm set free
Down on my knees, devil's tongue sent a kiss now I
I'm burning in Heresy"
Brendon então corre ate a parte de frente do palco, no último refrão, e sobe em uma pequena plataforma elevada. Ele observa seu próprio corpo exposto por um tempo, depois solta um sorriso para o público, e vira um mortal, assim que as guitarras pesadas do último refrão começam.
O telão anuncia mais uma música nova, essa chamada Nocturne. Ainda seguindo o ritmo das guitarras, mas cada vez, progressivamente mais calmo. Nesta, Apollyon fala sobre suas noites solitárias e como isso mudou sua cabeça.
"Darling, I've just left the bar
Took shots for my babe, a superstar
How the hell can we still friends-faced, when I know the way you taste
And honestly, you know it babe... I just can't do it, can't do it"
Mesmo o tema estando mais do que claro, Brendon não baixa a guarda por um momento, usando todo seu vocal para entregar a música confiante.
O telão começa a exibir televisões sendo quebradas por machados, dentre fullshots do corpo de Apollyon marcado com socos e arranhões.
"And your big pink lips, soft kiss good-luck
But it hit me like a fucking truck
My insecurities are just foreplay
Until time again you have to get away
These lonely dawns are actually pretty familiar, I know I lived'em every night
You do it every time
I hope the melody that lead you to my heart, never sings to you again in time
Cause there's echoes in my mind again
I can't sleep again"
Então uma interlude começa a tocar, enquanto todos os leds ficam vermelhos, como se realmente tudo estivesse em chamas novamente. O telão revela o nome "blaze of glory", que é logo destruído por várias pombas decompostas voando numa animação.
Apollyon claramente está cantando, mas é impossível de ver, pois sem ser os leds, todas outras luzes do palco estão apagadas.
Quando a interlude acaba, o palco se acende apenas em uma luz branca, e a palavra Lightmare aparece no fundo. Não há mais ninguém no palco, apenas Brendon e o piano.
"I guess we were collateral damage
Kissing in the middle of the warfield
I should know by the look of your face
Once it started in your arms, then it ends in my carcase"
Como as boas produções do Panic!, pétalas brancas começam a cair pelo palco, ao redor do piano, e as vezes afunilam em Brendon. A letra é completamente honesta e dolorida, com Apollyon cantando assim como cantaria surface.
Ele cria o próprio compasso no piano, tomando seu tempo para entregar cada um dos versos. A melodia é mais pop que as anteriores, mas o contraste serve para ressaltar mais ainda a marca de dor, de fazer de tudo para se mostrar bem, mesmo não estando.
"My head won't just stop aching, aching - oh
Never believed, but now I'm praying, praying - oh
And I won't be asking you to let it go
Cuz I won't be mad forever
But I've learned my lesson
I look into
I see many shades, many shades, shades of blue
But none of them
Can come closer, come closer to the one in you
So grab the knife
Look me in the eyes
And stab me in the front, my dude
Just like real lovers do"
O refrão embala numa balada emocional, com as luzes alternando entre branco e azul, criando uma atmosfera mais fria que antes.
"I just hope that one day we both can laugh about it
When we're brave enough to speak our minds, brave enough to let it die,
There so many cruel lights in LA
But for my house, you know the way…"
O último refrão, Brendon se afasta do piano, em ódio por alguns segundos, e canta o hook que puxa o último refrão apenas no gogó, antes de acertar o piano com força, e terminar o último refrão.
Uma última rosa branca cai do teto, essa inteira, que Brendon coloca na boca, e se curva para o público, com o telão exibindo "THE FEELING IS MUTUAL | OUT TONIGHT"
Apollyon: Muito obrigado Brasil! Eu não vou parar de vir pra cá até essas pernas aqui ficarem capengas… Obrigado por tudo.