Post by haikinfinity on Feb 17, 2021 11:52:09 GMT -5
[DIVULGAÇÃO PARA OATH E SPARK]
Na semana de lançamento do álbum ON / OFF, como forma de implementar a parceria entre Stefan e a emissora, a BBC exibiu pela Europa um especial sobre o processo de criação do álbum, contando com explicações de Lancaster sobre cada faixa e filmagens das gravações em estúdio.
"O projeto surgiu inicialmente como... só uma mixtape ou algo do tipo, um presente pros fãs durante o hiatus ou terminando ele, como uma compilação de faixas do meu antigo projeto de debut album. Ele se chamaria "Peaks & Valleys" e iria incluir todas as faixas da primeira edição do "PROMISE". Mas, por causa do hiatus e todos os motivos que me forçaram a ele... o álbum foi eventualmente cancelado, e no lugar dele, fizeram um relançamento do "PROMISE", oficializando ele como meu debut album, com algumas faixas que estariam no "Peaks & Valleys". Não foi algo que eu queria, mas no final, acho que foi um male que veio pro bem. Eu sempre fui... meio ansioso e inseguro com a minha arte, mas acho que um dos maiores exemplos disso foi a dificuldade em achar que algo estava bom o suficiente para ser lançado como algo tão importante como um álbum de estreia, por isso eu só chamava o "PROMISE" de projeto, nem álbum nem EP. Depois de... quase um ano e meio desde o lançamento dele, agora eu já percebo que estava colocando pressão demais em mim mesmo. Eu era simplesmente um novato na indústria, não deveria me sentir obrigado a entregar o auge da minha arte no meu debut album porque ele era só o primeiro passo, o começo de tudo sabe? E a partir disso que hoje eu posso evoluir e expandir meu trabalho e as mensagens que eu passo. E esse erro da administração antiga foi uma das coisas que me permitiu quebrar o contrato com eles, então..." - ele dá uma risada - "Não posso reclamar muito, hoje estou muito mais livre e confortável na Dark Diamond Music. Agatha e Klaus, um abraço pra vocês." - ele dá um sorriso fofo pra câmera.
"Enfim. A partir dessa... bagunça do começo da carreira, e um bom tempo depois de ter começado o hiatus, foi que surgiu a ideia de reunir algumas dessas músicas "perdidas" em outro projeto mais despretensioso, já que felizmente eu mantive o controle criativo de tudo. Esse plano então foi se expandindo, focando em recuperar faixas que escrevi ao longo de meus anos como compositor, tipo... desde 2016, quando eu não estava nem perto de entrar nessa indústria ainda. Mas, ao longo do tempo em que fui escolhendo essas composições antigas, eu também estava me sentindo cada vez mais inspirado, criando novas letras e melodias que, diretamente ou indiretamente, influenciaram umas às outras, e eu logo comecei a ver que aquilo poderia resultar em um resultado final muito maior. Apesar do processo intermitente de criação, passando por poucos dias de muita inspiração, e então muitos dias com bloqueio... tive tempo suficiente para fazer muito material realmente novo, com só algumas inspirações daqueles trabalhos antigos, entre poucas músicas realmente antigas- EE eu já vi muita gente perguntando em qual categoria cada música se encaixa mas não adianta gente, não vou dizer. Assim perde a graça da narrativa poxa! Mas, só pra não dizer nada... "Unbalance" é uma música quase totalmente feita ANOS atrás, e "Dark Embrace" só foi feita no ano passado. Satisfeitos?"
"E esse processo de criação de ritmo incomum, parando e continuando, foi um dos vários motivos para a escolha do nome do álbum. Naquele plano inicial, ele se chamaria somente "OFF", mas com esse processo junto às duas temáticas mais presentes ao longo das composições, surgiu o título "ON / OFF". Podem haver outros sub-temas recorrentes, mas os principais são a dualidade entre luz e trevas, não como metades ou partes separadas do projeto nem nada desse tipo, mas como elementos em constante conexão, ambos fazem parte dos processos e momentos da vida. E a segunda temática tem a ver com as referências à construções, se conectando com o processo de criação, como se diversos 'tijolos' foram colocados, retirados e reposicionados, até a conclusão do resultado final do álbum."
"Acho que também consegui passar isso bem no conteúdo visual do álbum, que, 'surpresa', foi formado ao longo de vários momentos ligando e desligando minha câmera. Fotografia foi uma área em que eu sempre me interessei, mas só se tornou um real hobby meu durante a primeira metade do ano passado. Sempre que tinha tempo, tirava fotos nos lugares em que passava durante a "PROMISE Tour", e... acho que é bem óbvio que minhas habilidades melhoraram muito desde então né-" - pegando um álbum de fotos, ele folheia as páginas e mostra algumas fotos de paisagens com iluminações não muito boas, e então, mostra páginas com fotos claramente mais artísticas e bem iluminadas, incluindo algumas que foram utilizadas como parte oficial da edição física do novo álbum - "E por ter sido algo que aconteceu quase junto ao processo de criação do "ON / OFF", achei que seria o jeito mais adequado e fiel possível de expressar visualmente o conteúdo das músicas, com uma foto pra representar cada temática." - Em outra dupla de páginas, ele mostra os 12 photocards incluídos no LP físico, perfeitamente organizadas.
FOUNDATION
"Uma das coisas que eu sempre tive em mente pro álbum, desde bem antes de saber como seria o álbum, era uma introdução. Acho que é algo que sempre vou tentar incluir nos meus álbuns futuros, na verdade. Acredito que seja um ótimo jeito de passar uma prévia da sonoridade, atmosfera e temática das músicas seguintes, até em uma faixa totalmente instrumental como "Foundation" acabou sendo. Eu compus umas 3 melodias diferentes no piano pra uma possível intro pro álbum-" - pegando um caderno preto, Stefan mostra algumas partituras onde anotou e organizou as ideias de melodias, com algumas páginas cheias de rasuras, e outras perfeitamente escritas - "e dessas 3, nós gravamos e masterizamos 2 delas no estúdio, e escolher uma delas foi na verdade uma das últimas decisões na formação do álbum, quase todas as outras faixas já estavam 100% prontas. As duas eram igualmente melancólicas e obscuras, como a maioria do ON / OFF, mas acabei escolhendo a mais suave delas, e guardei a mais dramática pra outro momento. Quem sabe vocês ouçam um dia. E então, a escolhida ganhou o nome que eu já tinha decidido há um tempo, "Foundation", representando a base, o "alicerce" do álbum, a parte inicial dessa construção, sobre a qual todo o restante é erguido do chão."
OFF THE STAGE
"Off the Stage" é uma música que já conhecem há um tempo, e já me ouviram falar mais sobre. Já fazem 6 meses desde que lancei ela como o lead single depois de um longo hiatus... como o tempo passa rápido né? Infelizmente costuma ser assim, pelo menos pra mim. Quando me sinto melhor comigo mesmo e minha vida, ela passa bem mais rápido, e quanto mais a situação piora... o sofrimento parece cada vez mais lento e eterno. Foram durante esses sentimentos que escrevi "Off the Stage", confessando todos os transtornos que passei durante e depois de me tornar um nome conhecido pelo mundo, mais ou menos a partir do começo de 2020. Eu pediria desculpas por não ter falado sobre isso antes, mas acho que já fiz isso o suficiente na letra, e já estou... quase terminando o processo de me perdoar pelo "fingimento". Tentando seguir o pedido do meu eu passado pra "deixar o show continuar", mesmo que não sentisse que aquilo poderia acontecer no momento, ainda assim tentei me forçar a ter esse pouco de esperança. Pelo menos foi um tipo bom de "fingir", diferente dos sorrisos falsos e tentas outras...... enfim. Não foi só isso que me ajudou a melhorar tanto de todas essas inseguranças e dúvidas comigo mesmo, mas acho que foi uma boa primeira tentativa. Não sei se isso pode ajudar outras pessoas tanto quanto me ajudou, mas mesmo que seja simplesmente acreditar que existe possibilidade de que as coisas vão melhorar no futuro, pode ser um tipo de fé boa e poderosa." ----- "Essa progressão foi algo que também tentei passar na produção da música, que começa bem lenta e simples no piano, e começa a ganhar mais força e novos instrumentos ao longo dos três minutos- o que também serviu pra mostrar que a minha sonoridade como artista estava prestes a mudar também, inclinando pro pop rock!... mas acho melhor falar disso quando chegar numa faixa realmente mais pop rock né?"
SLEEP-BLINDED
"... o que não é muito mostrado na faixa que vem logo em seguida MAS diversidade e quebra de expectativa são importantes... sim?" - Ele ri sem graça por um breve momento. "A faixa número 3 do álbum é "Sleep-Blinded", e p**ra, esse nome... não sei nem pra que eu tentei pedir ajuda pro pessoal no Twitter, porque também não gostei nada da escolha deles."
"Se ainda não tá óbvio, eu sofri demais pra escolher esse nome. Talvez por ser uma das músicas menos literais do álbum, tive mais dificuldade de escolher um nome que pudesse englobar a letra completa, principalmente sua temática... complicada, que tento passar de maneira impactante, com uma produção um tanto mais intensa e melódica. Prefiro não entrar em muitos detalhes sobre os acontecimentos que inspiraram ela, mas tentei falar sobre como chega um ponto em que as dificuldades da vida e sentimentos ruins colocam uma pressão tão grande em nós, nos impedindo de viver cada dia e sim precisando enfrentar cada dia, sobreviver a eles... ao ponto que se torna melhor passar o tempo dormindo, ou quase, tentando se anestesiar ficando "cegado pelo sono", ao invés de permanecer acordado sofrendo por tudo que causou esse estado. E cada vez mais, quando passei por isso, isso foi aumentando a distância entre mim e o despertar.... a distância entre mim e a vida." - A voz de Stefan começa a ficar trêmula, e ele pisca seus olhos mais do que o normal.
"... o que não é muito mostrado na faixa que vem logo em seguida MAS diversidade e quebra de expectativa são importantes... sim?" - Ele ri sem graça por um breve momento. "A faixa número 3 do álbum é "Sleep-Blinded", e p**ra, esse nome... não sei nem pra que eu tentei pedir ajuda pro pessoal no Twitter, porque também não gostei nada da escolha deles."
"Se ainda não tá óbvio, eu sofri demais pra escolher esse nome. Talvez por ser uma das músicas menos literais do álbum, tive mais dificuldade de escolher um nome que pudesse englobar a letra completa, principalmente sua temática... complicada, que tento passar de maneira impactante, com uma produção um tanto mais intensa e melódica. Prefiro não entrar em muitos detalhes sobre os acontecimentos que inspiraram ela, mas tentei falar sobre como chega um ponto em que as dificuldades da vida e sentimentos ruins colocam uma pressão tão grande em nós, nos impedindo de viver cada dia e sim precisando enfrentar cada dia, sobreviver a eles... ao ponto que se torna melhor passar o tempo dormindo, ou quase, tentando se anestesiar ficando "cegado pelo sono", ao invés de permanecer acordado sofrendo por tudo que causou esse estado. E cada vez mais, quando passei por isso, isso foi aumentando a distância entre mim e o despertar.... a distância entre mim e a vida." - A voz de Stefan começa a ficar trêmula, e ele pisca seus olhos mais do que o normal.
HANGING ON
"E tento trazer esse assunto de um jeito um pouco mais literal e bem explicado em "Hanging On". Já aviso que não sei se algum dia vou conseguir performar essa música..." - Ainda com a voz trêmula, é possível ver os olhos do cantor se enchendo de água, antes de ele tente limpá-los. "É uma descrição... não, é quase como um diário sobre o pior momento da minha vida. Cada sentimento, movimento e visão do forçado quase-fim dela. Acho que não preciso explicar muito sobre o porque do título pode basicamente significar "aguentando" ou "enforcando", e acaba focando no segundo. Tudo aquilo de ruim evoluiu de maneira tão negativa que me fizeram querer chegar o mais rápido possível ao descanso final. E não é como se eu não sentisse dúvidas sobre o que estava fazendo, até hoje ainda sinto muito remorso, mas... na época eu não tinha eu não sentia que tinha nenhum do suporte de outras pessoas como sinto hoje, e sou grato demais a todos por isso. E também muito grato pela... "sorte" ou qualquer o que tenha sido que fez aquela tentativa dar errado naquela noite, ou eu não estaria aqui hoje contando essa história. O alívio vindo dessa falha ainda é difícil de relembrar pra mim, mas ainda assim foi a parte mais importante e mais "animada" e reveladora daquela noite, e tentei passar isso na produção da música, com a mudança entre o acústico leve e triste pro rock mais intenso e chocante, como o momento em que fui puxado de volta pra realidade."
SPARK
"Acho que já ficou claro que um dos meus objetivos principais com esse álbum foi fazer cada temática e sonoridade fluir naturalmente ao longo das músicas. Gostei tanto de fazer isso que talvez devo tentar repetir nos meus próximos trabalhos também. Mas enfim- é bem isso que continuo tento fazer com "Spark", continuando o pop rock e trazendo o que comentei antes: mostrando o momento que consegui me tornar capaz de perceber a presença e esforços das pessoas próximas a mim, que queriam me ajudar, amigos de verdade como alguns que encontrei no mundo da música ao longo desses anos. Diretamente ou indiretamente, por causa deles conseguir me livrar do peso de tantos sentimentos e acontecimentos que me prendiam, não totalmente superando ou esquecendo deles, mas me tornando capaz de não ser mais tão preso a isso. Pra representar essa negatividade escolhi referenciar alguns elementos militares, pois ser convocado ou forçado a ir para o exército foi um dos meus maiores medos durante boa parte da minha vida. Entre isso e a liberdade, foi uma das primeiras oportunidades que vi de citar claramente as temáticas de luz e escuridão, que mais tarde vieram a englobar o álbum em geral. Mas nessa faixa, foi tudo sobre deixar que a luz, fortalecida por aqueles que se importam comigo, iluminasse meu caminho para fora dos meus dias de escuridão. Acho que até exagerei um pouco demonstrando isso nos meus vocais no fim da música, heh... aquele F5 nem foi planejado, veio na emoção, então me perdoem se não conseguir fazer igual ao vivo ok?"
"Acho que já ficou claro que um dos meus objetivos principais com esse álbum foi fazer cada temática e sonoridade fluir naturalmente ao longo das músicas. Gostei tanto de fazer isso que talvez devo tentar repetir nos meus próximos trabalhos também. Mas enfim- é bem isso que continuo tento fazer com "Spark", continuando o pop rock e trazendo o que comentei antes: mostrando o momento que consegui me tornar capaz de perceber a presença e esforços das pessoas próximas a mim, que queriam me ajudar, amigos de verdade como alguns que encontrei no mundo da música ao longo desses anos. Diretamente ou indiretamente, por causa deles conseguir me livrar do peso de tantos sentimentos e acontecimentos que me prendiam, não totalmente superando ou esquecendo deles, mas me tornando capaz de não ser mais tão preso a isso. Pra representar essa negatividade escolhi referenciar alguns elementos militares, pois ser convocado ou forçado a ir para o exército foi um dos meus maiores medos durante boa parte da minha vida. Entre isso e a liberdade, foi uma das primeiras oportunidades que vi de citar claramente as temáticas de luz e escuridão, que mais tarde vieram a englobar o álbum em geral. Mas nessa faixa, foi tudo sobre deixar que a luz, fortalecida por aqueles que se importam comigo, iluminasse meu caminho para fora dos meus dias de escuridão. Acho que até exagerei um pouco demonstrando isso nos meus vocais no fim da música, heh... aquele F5 nem foi planejado, veio na emoção, então me perdoem se não conseguir fazer igual ao vivo ok?"
OATH
"E nessa crescente temática chegamos no segundo single do álbum, "Oath". Um dos meus maiores orgulhos com o planejamento da era foi fazer ela encaixar com as nuances esperançosas em "Off the Stage", mas claro, encaixa muito mais nessa sequência com as faixas anteriores do álbum. Essa é uma faixa em que tento falar sobre amizade, algo que sempre quis escrever sobre, mas sempre tive um tanto de bloqueio por dificuldade de compor sobre isso de um jeito que não parecesse... clichê? Algo que eu diria que a versão demo da música ficou um pouco."
- Por cerca de 20 segundos, vemos Stefan e um de seus produtores no estúdio, escutando uma versão um pouco mais pop do que rock de "Oath", que também conta com uma letra bem simplificada comparada à versão final -
"Mas com algumas alterações- que eu fiz em janeiro mesmo, enrolado sim-- finalmente conseguir ficar orgulhoso dessa música. Não só por mim mesmo, mas por causa da temática, sempre quis que ela pudesse ser sua melhor versão possível, pra que fosse digna de ser dedicada à todas as amizades que me ajudaram de tantas maneiras. Com as metáforas de teoria musical e o toque punk mais intenso no instrumental, a "Oath" que vocês conhecem hoje estava pronta, e o "ON / OFF" estava finalmente completo."
"E nessa crescente temática chegamos no segundo single do álbum, "Oath". Um dos meus maiores orgulhos com o planejamento da era foi fazer ela encaixar com as nuances esperançosas em "Off the Stage", mas claro, encaixa muito mais nessa sequência com as faixas anteriores do álbum. Essa é uma faixa em que tento falar sobre amizade, algo que sempre quis escrever sobre, mas sempre tive um tanto de bloqueio por dificuldade de compor sobre isso de um jeito que não parecesse... clichê? Algo que eu diria que a versão demo da música ficou um pouco."
- Por cerca de 20 segundos, vemos Stefan e um de seus produtores no estúdio, escutando uma versão um pouco mais pop do que rock de "Oath", que também conta com uma letra bem simplificada comparada à versão final -
"Mas com algumas alterações- que eu fiz em janeiro mesmo, enrolado sim-- finalmente conseguir ficar orgulhoso dessa música. Não só por mim mesmo, mas por causa da temática, sempre quis que ela pudesse ser sua melhor versão possível, pra que fosse digna de ser dedicada à todas as amizades que me ajudaram de tantas maneiras. Com as metáforas de teoria musical e o toque punk mais intenso no instrumental, a "Oath" que vocês conhecem hoje estava pronta, e o "ON / OFF" estava finalmente completo."
TRINITY BRIDGE
"Depois das duas faixas muito otimistas- provavelmente as mais positivas da minha carreira toda haha- tive a ideia de usar uma interlude para fazer a transição de volta pra alguns temas problemáticos, e assim surgiu "Trinity Bridge", um pop rock punk forte, porém melancólico. Acho que serviu bem como um jeito para mostrar que, assim como momentos ruins não são eternos, bons momentos também não são, mostrando no contexto do álbum que superar medos e inseguranças pessoais não significa resolver problemas com outras pessoas, que são meio que o sub-tema dessa segunda metade do álbum. Boa parte dos ingleses assistindo já devem saber disso, mas pro pessoal em outras partes do mundo: Trinity Bridge é uma ponte em Manchester, cidade onde vivi a maior parte da minha vida, antes de me mudar para Londres pra viver por conta própria. Essa ponte não é muito longe da casa onde vivia com meus pais, por isso achei que seria um nome tão bom pra introduzir os conflitos diretos com outras pessoas, começando pelas primeiras pessoas com quem tive esse tipo de dificuldade. As mesmas duas pessoas que comigo formavam um trio, e com quem tive vários... vários problemas relacionados à religião, a mesma dessa "trindade". Tentei passar bem a angústia e desejo por liberdade nos vocais e falas que surgem no fundo do instrumental de vez em quando, até finalmente passar, em forma de poema, alguns conselhos sobre como lidar com esse tipo de problema que... de algum jeito ou de outro, sempre ressurge do passado."
HALLUCINATION
".....acho que eu acabei falando demais sobre a interlude e sobrou pouca coisa pra música completa-" - ele dá uma risada de nervoso - "mas é, "Hallucination" entre mais fundo no desejo de se libertar dos problemas familiares que sempre voltam pra assombrar. Essa não é a primeira, nem a segunda vez que eu falo sobre esse tema nas minhas músicas, e provavelmente não vai ser a última, pois é um assunto que... me "inspira" muito, falando de um jeito positivo. Depois de falar sobre os problemas com meus pais de maneira bem triste e dramática em "Someday" no álbum "PROMISE" e mais recentemente em "Titanium Walls" com a Agatha, agora retorno no tema de um jeito um pouco mais "animado" e rebelde, mas ainda melancólico, relembrando os momentos tóxicos tão frequentes que me faziam me sentir preso por tempo suficiente para causar "alucinações", afastando qualquer possibilidade de tentativa de reaproximação que retratei em outras letras. A produção é o que deixa tudo um pouco mais "animado" mostrando o desejo por liberdade, e com certeza essa foi uma das faixas mais divertidas de trabalhar no álbum, por causa desse contraste nela mesma e o contraste dela comparada ao resto do álbum também, com essa coisa meio tropical, meio latina, que surpreendentemente combinou muito bem. É parecida, mas ainda diferente das primeiras versões dela, que eram bem mais focadas no pop acústico."
- Por quase 30 segundos, vemos Stefan no estúdio, usando fones em frente ao microfone, fazendo uma das primeiras gravações da faixa enquanto o instrumental mais leve da demo toca ao fundo -
SELF CENSORSHIP
"Hmm, estamos chegando na reta final do álbum já. O tempo realmente passa rápido quando estamos fazendo o que amamos... acho que eu poderia ficar aqui o dia inteiro falando sobre esse álbum e essas músicas haha. Enfim. "Self Censorship" é a outra faixa que tive dificuldade de nomear, o que era meio considerando que ela basicamente fala da minha dificuldade de se expressar. Não através da minha arte, mas com outras pessoas mesmo. Tem um pouco mais de introspecção do que as faixas ao redor dela, mas ainda tema a ver com outras pessoas bem diretamente, mesmo que seja algo mais geral ao invés de alguém em específico. É quase uma confissão sobre como eu posso ser muito... receoso em me pronunciar quando algo que os outros fazem me incomoda, por menor ou maior que seja. Sobre quando quero muito conseguir conversar sobre o que me deixa desconfortável, mas à medida que pequenos incômodos se tornem paranoias e problemas maiores, a dificuldade só aumenta, e essas relações antes boas ficam sob risco de ser muito afetadas. Nesse ponto, a única coisa que eu posso fazer para desabafar esses sentimentos é minha arte, minhas composições sobre tudo que "se prende nessa mente e coração", citando a letra. Um dos traços mais interessantes pra mim nessa música é como ela é tão metalinguística, falando de si mesma, pois essa música em si é um desses desabafos secretos e pessoais, só entre mim e o papel. E depois de refletir muito ao longo dessa letra, e dessa produção que é uma das minhas favoritas do álbum todo, eventualmente chego a uma decisão: recomeçar toda a relação de proximidade que foi afetada, por bem, ou por mal."
UNBALANCE
"Agora, voltando pras músicas escritas sobre pessoas específicas. Como eu disse antes, "Unbalance" é uma música que mudou bem pouco desde a criação dela, lá em 2017, então relevem se soar meio simples e imatura ok? É praticamente a primeira música "romântica" que eu lanço, no caso, detalhando o que passei quando meu coração foi lentamente quebrado por alguém por quem me apaixonei na época da faculdade. Hoje em dia não tenho mais rancor dele e nos despidimos bem um do outro, mas durante os meses que essa letra fala sobre, p**ra... foi tanta insensibilidade e inconveniência que era impossível não ver como alguma indiferença ou aversão sobre o que eu sentia, parece que gostava de criar 'novela' pra deixar a vida mais interessante ou sei lá, falta de comunicação pra evitar problemas sabe... tipo o que eu tava falando na faixa anterior, mas..." - ele ri sem graça - "...mas muito pior, e aparentemente totalmente intencional. E.... desse jeito até parece que eu não superei mas tô só relembrando os sentimentos ok? Do mesmo jeito que tantas coisas diferentes me faziam pensar nele naquela época, despertando tantos gatilhos e me fazendo perder o equilíbrio emocional que sempre me esforcei pra ter, e que estava mostrando desenvolver ao longo daquele 'meio' da tracklist. E como esse é o ponto mais baixo e deprimido da segunda metade do álbum, decidi espelhar o ponto mais baixo da primeira metade, "Hanging On", na produção de "Unbalance". Também começando triste e acústica, ganhando elementos orquestrais...até se tornar um rock dramático e intenso logo antes do último refrão."
"Agora, voltando pras músicas escritas sobre pessoas específicas. Como eu disse antes, "Unbalance" é uma música que mudou bem pouco desde a criação dela, lá em 2017, então relevem se soar meio simples e imatura ok? É praticamente a primeira música "romântica" que eu lanço, no caso, detalhando o que passei quando meu coração foi lentamente quebrado por alguém por quem me apaixonei na época da faculdade. Hoje em dia não tenho mais rancor dele e nos despidimos bem um do outro, mas durante os meses que essa letra fala sobre, p**ra... foi tanta insensibilidade e inconveniência que era impossível não ver como alguma indiferença ou aversão sobre o que eu sentia, parece que gostava de criar 'novela' pra deixar a vida mais interessante ou sei lá, falta de comunicação pra evitar problemas sabe... tipo o que eu tava falando na faixa anterior, mas..." - ele ri sem graça - "...mas muito pior, e aparentemente totalmente intencional. E.... desse jeito até parece que eu não superei mas tô só relembrando os sentimentos ok? Do mesmo jeito que tantas coisas diferentes me faziam pensar nele naquela época, despertando tantos gatilhos e me fazendo perder o equilíbrio emocional que sempre me esforcei pra ter, e que estava mostrando desenvolver ao longo daquele 'meio' da tracklist. E como esse é o ponto mais baixo e deprimido da segunda metade do álbum, decidi espelhar o ponto mais baixo da primeira metade, "Hanging On", na produção de "Unbalance". Também começando triste e acústica, ganhando elementos orquestrais...até se tornar um rock dramático e intenso logo antes do último refrão."
DARK EMBRACE
"Depois de passar por tantas coisas ao longo desses últimos anos, principalmente o ano passado, depois de muito apoio de amigos, depois de muita terapia- não esqueçam dessa parte importante, depois de muito refletir sobre tudo... comecei a finalmente poder usar isso pro meu bem. Não é como se males viessem pro bem, mas as vezes, precisamos desse tipo de adaptação pra tentar ressignificar certos acontecimentos, memórias, etc. E partindo do desequilíbrio não só de "Unbalance" como da maioria do álbum, criei "Dark Embrace", essa narrativa um tanto... épica, com referências mitológicas, sobre como tive que me permitir cair até o local mais fundo, pra conseguir me reerguer muito mais forte, sem mais precisar conter o que sentia. Começando a aceitar tudo que aconteceu como parte de mim mesmo, ao invés de algo que deveria ser expurgado ou esquecido. Mas ainda não é o momento de ser pacífico sobre isso, porque pra essa música eu recuperei um tanto de atitude meio punk, heh. Colocamos bastante disso na produção, que é a mais intensa do álbum. É minha hora de colocar pra fora e superar toda a raiva que outras pessoas me fizeram passar, algo meio vingativo e tal, mas prometo que não cheguei em ninguém com uma faca nem nada tá?... No máximo só dei uma ameaçada." - ele ri um pouco - "Por causa dessa vibe, as referências de mitologia antiga e das temáticas a luz e escuridão, achei que o melhor jeito de ilustrar a música seria usando asas obscuras, pra tentar mostrar que aceitar as próprias trevas é algo que pode te levar muito longe, muito alto." - ele mostra o photocard da faixa no álbum de fotos.
COMPLETE ME
"Claro que é muito divertido e libertador soltar sua raiva daquele jeito, mas essa é só uma parte do processo. O objetivo sempre deveria ser algo mais focado, positivo e maduro, e por isso que "Complete Me" é a faixa que conclui o ON / OFF. Nessa letra, estou reconsiderando a importância de todos os acontecimentos da vida, bons e ruins, como parte de quem me tornei hoje. Claro que eu ainda não cheguei 100% nesse nível- nem sei se é possível pensar e se sentir 100% assim, mas desde que comecei a perceber como isso é grande processo de cura e superação, me esforço diariamente pra manter esse tipo de mentalidade. Mesmo ainda desejando tipo- "ás vezes gostaria que o passado pudesse mudar", como falo na letra, ainda continuo firme nessa decisão de usar todas as experiências para construir um destino melhor, fazendo o eu que puder para me tornar uma versão melhor de si mesmo, deixando de ignorar certas partes de mim e do meu passado. É com essa mesma positividade que finalizamos o álbum com esse pop rock leve com elementos orquestrais, que eu pessoalmente acho lindo demais. E claro, essa mensagem, assim como o disco em geral, é uma mensagem que eu quero passar pra todos os meus ouvintes, tentando motivar todo mundo a passar pelo mesmo tipo de processo. Nunca se esqueçam: assim como esse álbum é toda uma construção, com tantos tijolos que foram fixados, tirados, reposicionados e ressignificados, sendo todos eles foram essenciais para o resultado final, nossa vida também deve funcionar dessa maneira. Não como uma forma de conformismo, mas como um jeito de aceitar e evoluir a partir de acontecimentos que estão fora do nosso controle, ao mesmo tempo que nos esforçamos para fazer lidar da melhor maneira possível com tudo aquilo que está sim no nosso controle.
[...]
"...agora sim, terminamos essa explicação bem, bem longa de como foi o processo de criação do ON / OFF. Espero que tenha esclarecido o que eu venho feito desde o ano passado, e tudo que eu quis passar pra vocês com esse resultado final. Que possa servir de inspiração pra criarem sua própria arte pra se expressar, e que possa motivar vocês pra passar por esse processo de autoaceitação, porque é algo que todos nós precisamos em algum nível. Enfim. Muito obrigado a todos que assistiram até aqui! Vejo vocês de novo em breve."