Post by mysticent on Feb 24, 2021 23:21:37 GMT -5
Los Angeles Times - 89
O mais entediante do pop/rock atual é o receio de se assumir e se permitir dizer exatamente o que se sente, sem filtros, sem medo ou sem calcular milimetricamente as palavras e cobrir espelhos cruéis com mantos cor-de-rosa. Essa falha, no entanto, está longe de estar presente em The Feeling Is Mutual. Apollyon canta exatamente sobre toda a veracidade de seus sentimentos. Sem medo de julgamento, ele confessa ser humano ao descrever dor, ódio e até ser transparente com sua imaturidade ao tentar enganar a si mesmo ao agir com ironia diante da pessoa a quem o eu lírico se direciona em Heresy - mas mostrar evolução emocional ao negar isso e assumir que não há bar em Los Angeles que dê a mesma êxtase que ele sentia nos lábios dele(a). Sendo assim, The Feeling Is Mutual conta uma história clara e completa com dois extremos - a raiva e a inconsequência em oposição à dor e a maturidade, tudo isso banhado a ótimas melodias pop/rock levemente experimentais e ótimas referências e trocadilhos. É também interessante observar como a sonoridade faz sua transição no mesmo ritmo dos sentimentos expressados, associando a tristeza à sonoridade mais pop e a raiva à sonoridade mais rock.
The A.V Club - 83
Em um álbum tão pessoal como The Feeling is Mutual, Apollyon consegue se expressar sem que torne o álbum um projeto massivo e que nos deixe de ouvidos abertos em seis belas faixas. Abordando este relacionamento de forma fatal como em Nocturne, o cantor consegue se expressar diante a sonoridades e produções tão bem executadas e cativantes, mostrando no que o produtor, compositor e cantor sempre se destacou em suas composições poderosas e levantando sua raiva na sonoridade pop-rock com acordes de guitarra e letras honestas e dramáticas como na faixa título The Feeling is Mutual, que é o grande destaque do álbum. É incrível e aplaudo pela forma como Apollyon consegue expressar sua tristeza e sua raiva, sua luz e sua escuridão neste fim do túnel de forma tão clara e comovente, e no final, encerra com a bela Lightmare que é uma balada pop que dá toda razão ao disco onde em um momento tão doloroso, ele quer enxergar um final feliz e uma resolução para curar seu coração partido, fechando com chave de ouro este incrível projeto.
New Musical Express (NME) - 78
Com seu novo EP "THE FEELING IS MUTUAL", Apollyon não supera sua masterpiece “Aphantasia: SEED”, mas ainda apresenta um belo projeto sobre os conturbados últimos meses de sua vida. A grande maioria dos versos impacta o ouvinte emocionalmente de alguma maneira, o convidando para compartilhar, entre ótimas referências e metáforas, a admirável e realista variedade de sentimentos causados por um término, indo da raiva, à tristeza, à esperança de conseguir pelo menos manter uma amizade, como no destaque “Lightmare”, que encerra o disco com uma composição que certas vezes se assemelha a uma versão moderna e ainda mais triste de Romeu e Julieta. E após a única faixa descartável do disco, “Heresy”, a seguinte “Nocturne” mostra importante transparência sobre questões de saúde mental, realmente sem poupar detalhes, como as vezes é necessário para conscientização sobre a causa. As produções do EP também mostram boa variedade enquanto ainda mantêm sua coesão, com destaque para o pop rock contagiante da faixa título e a quase eletrônica interlude “blaze of glory”. Em geral, podemos dizer: parabéns por mais um ótimo trabalho, Apollyon.