Post by lunar on Apr 4, 2021 8:41:20 GMT -5
A estrela latina em ascensão Sofía, que acaba de lançar o seu segundo single, é capa do mês de abril para a InStyle do México. A cantora posou para algumas fotos e o tema principal da sua participação nesta edição da revista é a participação feminina na indústria musical e todos os obstáculos que perpassam a sua trajetória, aproveitou para falar também sobre sua motivação política frente aos diversos problemas que assolam o nosso mundo. Além disso, Sofía também falou um pouco sobre os seus planos futuros em relação ao seu primeiro álbum de estúdio. Confira um trecho da entrevista a seguir:
Sofía, você enquanto mulher, como se sente estando na indústria musical, mesmo com todos os casos envolvendo episódios de machismo, abuso sexual, assédio moral, entre outros.
É um pouco difícil enfrentar tudo isso quando se é mulher. É um processo bem complicado porquê estamos falando de uma estrutura [o patriarcado] que é secular. O homem, portanto, se sente à vontade de tornar a mulher como algo inferior a si próprio. Desde o âmbito mais privado, como a sua casa, até o mais corporativo, somos constantemente associadas unicamente à um corpo, à determinadas características que nós supostamente devemos possuir para receber algum tipo de “respeito”.
Você já sofreu algum tipo de assédio?
Não, felizmente nunca fui vítima. Mas conheci várias mulheres que passaram por tudo isso quando fui voluntária em uma casa de apoio que as acolhia, e pelo depoimento delas, eu pude ver o quão horrível era. A partir daí eu passei a entender melhor o meu papel enquanto mulher.
E qual o seu papel enquanto mulher?
Lutar, lutar e lutar. Temos muitas coisas para atingir o objetivo supremo, que é a libertação. E não me refiro apenas a emancipação feminina, mas também a dos seres vivos em geral. Me tornei vegana, por exemplo, por entender que a indústria alimentícia, que mata milhões de animais por dia, faz mal ao planeta, ao próprio ser humano, além de ser, claro, uma violação do direitos dos animais não-humanos de viverem em paz. Óbvio que essa é uma visão individual, nem todas as mulheres pensam como eu e tá tudo bem. Não estou aqui para determinar o que é certo ou errado, mas sim fomentar esse debate para que possamos evoluir juntas e juntos. A revolução não se faz sozinha.
Então a sua luta não é apenas feminista?
Não, definitivamente não. Na minha perspectiva a verdadeira mudança só se dará quando houver o entendimento que todo tipo de opressão está ligada com as outras, seja pela questão econômica, social, de raça ou política. Eu, enquanto mulher e branca, sei dos meus desafios, mas a mulher negra, por exemplo, enfrenta uma luta ainda mais dura. Sei do meu lugar privilegiado enquanto uma pessoa com um poder aquisitivo maior que grande maioria da população. Acho que reconhecer essa ligação é essencial para podermos construir um mundo melhor.
E como o veganismo se encaixa nas opressões com os seres humanos?
É só pensar nas condições degradantes dos trabalhadores dos frigoríficos, por exemplo, que estiveram expostos à incontáveis doenças como a COVID-19. É pensar que a ação da agropecuária para o planeta, uma vez que mais de 80% da produção de grãos mundial é destinada a ração animal, tem grande prejuízo para nós que aqui vivemos. As monoculturas são nocivas, a quantidade de agrotóxicos nos alimentos só se acentuam, a incerteza a respeito do uso de sementes transgênicas. É tudo muito relacionado a nós. O comer é parte integrante da organização de todas as sociedades. Pensar em como comer melhor, de forma mais sustentável é de extrema importância.
[...]
Quais são seus próximos passos em relação a música?
Vou lançar no começo de abril minha primeira parceria, A Um Paso de La Luna, com o Vittor, um cantor brasileiros fantástico. Estou muito ansiosa por esse lançamento depois de toda a comoção que o meu primeiro single causou. Só espero alegria e mais alegria desse novo projeto.
Algo que seus fãs tem muita vontade de saber: quando lançará seu álbum?
Em breve [risos]. Ainda não está finalizado, acho que posso dizer que temos, até o momento, cinco canções que com certeza estarão no disco. Talvez no início do segundo semestre ele já esteja pronto. Então, peço que aguardem mais um pouquinho [risos]. Antes do lançamento do álbum pretendo lançar um terceiro single, que ainda não sei qual será, mas será lançado.